Paulo na vida da Igreja
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por Tadeu Eduardo Italiani

No artigo passado, esbocei um perfil de São Paulo Apóstolo, abordando a figura de homem, apóstolo e missionário. Digo esbocei, pois, a figura de Paulo Apóstolo é imensa e não poderia ser resumida apenas em um artigo de quinhentas palavras. Hoje quero abordar a figura de Paulo na vida da Igreja.
Paulo teve seu primeiro contato com Jesus Cristo, através de uma comunidade cristã, a qual ele perseguia com muita veemência. Foi uma aproximação muito conturbada e violenta, se orgulhava de perseguir os cristãos. Ele próprio reconhece isso, em sua carta aos Gálatas, Filipenses e Corintos e assume nelas ter cometido o pior dos seus crimes: perseguir os cristãos.
No transcorrer da história da Igreja, vemos que chegamos até Jesus através da Igreja, a comunidade cristã. No caso de Paulo, ele também passou por esse itinerário, porém, de forma negativa, tinha a repulsava, pois a tratava com extrema crueldade. Sua adesão à Igreja se deu de forma inversa das que conhecemos, foi preciso uma interversão direta de Cristo que, além de sua conversão, o fez perceber que ao perseguir a Igreja, estava perseguindo ao Senhor. “Saulo, Saulo, porque me persegues? ” (At 9,4)
A conversão de São Paulo levou ao seu coração, a essência da Igreja, povo de Deus. Isso pode ser compreendido através das várias comunidades cristãs que ele formou, ao evangelizar, como, por exemplo, a da Galácia, Macedônia, Acaia, Corinto e Felipo. Paulo muitas vezes ficava distante das comunidades, devido à sua missão evangelizadora, mas sempre estava ligado a todas elas, não de forma burocrática, mas por um intenso amor, como podemos ver na carta aos Felipenses: “meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa de alegria. ” (4,1)
Em suas cartas o Apóstolo Paulo, sempre deixou evidente que as comunidades são membros do corpo de Cristo, tendo todas, uma só pertença, Jesus Cristo, no qual todos estão intimamente ligados pelo Sacramento da Eucaristia, e assim, Paulo afirma a comunhão de toda a Igreja com a pessoa de Cristo.
E essa comunhão e pertença, que ressalta a nobreza da Igreja, ou seja, que todos nós pertencemos ao Corpo de Cristo, desta forma, reforça nosso dever de viver em comunhão com a Igreja para estarmos diretamente ligados ao Corpo de Cristo.
Seguindo essa linha de comunhão da Igreja com Cristo, Paulo também exorta os diversos carismas, que cooperam para a edificação da Igreja, sempre destacando a unidade. Para o Apóstolo missionário, tudo deve concorrer para o ordenamento, crescimento e edificação de uma Igreja cada vez mais ligada a Cristo. Isso não significa que se deve padronizar cada qual com o seu método e forma de agir, mas sim deixar que o Espírito Santo conduza as ações da Igreja.
Dentre as definições que Paulo faz sobre a Igreja, ele a apresenta como a esposa de Cristo e assim, retorna à aliança do Povo de Israel com Deus, afirmando quão intima é a relação da Igreja com Cristo, através de uma intensa aliança de amor.
Cabe a nós, pedir ao Espírito Santo que nos ajude a cada dia, viver essa comunhão com a Igreja, para que sejamos sempre ligados a Cristo.

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