Refletindo
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por Nilo Pereira

Leituras iniciais da Festa de Todos os Santos
1ª Leitura (Ap 7,2-4.9-14)
1 – Quem são os Santos?
Consideremos que Paulo inicia algumas de suas cartas “a todos os santos que se acham em Filipos” (Fil 1,1) – “aos santos de Éfeso” (Ef 1,1) – “aos santos e fiéis de Colossos” (Col 1,2) – “a todos que estão em Roma chamados a serem santos” (Rom 1,7). O apóstolo não escreve para pessoas que se encontram entre os anjos do céu. Dirige-se a pessoas concretas que habitam sobre esta terra.
2 – O céu, sim. . . mas os dramas desta terra?
Quantas dores, quantas tribulações, quantas amarguras na vida do homem! O Vidente do Apocalipse convida a enxugar o pranto. O livro que contém a resposta às nossas angustiantes perguntas não ficará fechado para sempre, o Cordeiro abrirá o livro e quebrará um a um os seus sete selos, isto é, revelará os mistérios da nossa existência.
3 – Jesus revela o mistério
Um anjo vem do oriente, tendo na mão o selo de Deus vivo e imprime um sinal inapagável sobre a fronte dos servos do Senhor. Não são privilegiados, não foram poupados das provações, das vicissitudes desta vida, são colocados em uma nova condição: santa.
4 – Nascidos para a vida definitiva
Jesus – o Cordeiro imolado que doou a própria vida – agora vai adiante, como um pastor, de todos aqueles que aceitaram sua escolha de amor. Se o seguirmos como se segue um pastor, faremos parte do seu triunfo.
5 – O último êxodo
A visão do céu dá finalmente um sentido à nossa existência: não estamos caminhando neste mundo sem meta de chegada. À luz do céu compreendemos: a nossa vida é uma secessão de saídas e de entradas guiadas, não por um destino cego, mas pelo amor de um Pai.
2ª Leitura (I Jo 3,1-3)
A vida de Deus que o cristão recebe no batismo é uma realidade espiritual, misteriosa. O primeiro versículo da leitura diz, acima de tudo, que a vida é um dom gratuito do Pai. Ainda que não possa ser verificada com os sentidos, sua presença não passa despercebida porque produz sinais inequívocos que todos podem constatar.
Essa realidade nova é incompatível com a maneira de pensar e de viver de quem se encontra nas trevas, por isso os adversários de Jesus não foram capazes de reconhecer que nele existia essa vida, e ainda hoje os ímpios não sabem descobrir a presença de Cristo nos discípulos dele.
A segunda parte da leitura (vers. 2-3) recorda uma verdade muito consoladora: o Pai não aguarda o dia da nossa morte para dar-nos essa vida divina, ele no-la dá já, hoje. Todavia essa nova realidade que existe em nós só se manifestará quando for tirado o véu que é constituído pela nossa condição terrena. Isso acontecerá quando “ele se manifestar e nós seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é” (vers.2). Então compreenderemos o que Deus fez em nós.

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