Missão Romana dos Jesuítas em Itu – Padre João Batista Fialho de Vargas
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Gaúcho, João Batista Fialho de Vargas foi o primeiro jesuíta brasileiro a trabalhar no Colégio São Luís de Itu. Nascido a 9 de fevereiro de 1831 era filho de abastados portugueses estabelecidos no Rio Grande do Sul. Desejando tomar ordens sacras, foi estudar no Colégio Pio Latino Americano onde também foi o pioneiro dentre os alunos brasileiros. Diz a crônica ter sido estudante aplicado, doutorando-se em Filosofia e Teologia. Ordenado padre em 26 de março de 1864, no ano seguinte estava de volta à sua terra, servindo como vigário em Taquari (RS).
A 19 de julho de 1869 retornava a Roma, desta vez para ingressar na Companhia de Jesus. Por dois anos estudou a espiritualidade inaciana. Incorporado à Ordem dos jesuítas, padre João Fialho foi mandado a Pernambuco. Chegou a Recife em 11 de outubro de 1871 para lecionar línguas portuguesa e francesa. Foi um dos padres agredidos pelos anticlericais na invasão do colégio São Francisco Xavier em 1873. Tamanha a gravidade do ocorrido, mandaram-no a Roma para relatar o caso e a prisão de Dom Vital ao papa Pio IX.
Padre João Fialho chegou a Itu em 14 de julho de 1874. Por quatro anos lecionou línguas, filosofia e matemática. Em Roma, novamente, completou estudos e atuou como professor no Colégio Pio Latino. Veio então a fase missionária de sua vida, entre os colonos italianos de Nova Trento, onde conheceu a comunidade que viria a ser dos chamados Robertinos, os jovens cheios de caridade que se tornaram irmãos na Companhia de Jesus.
Fialho tomou parte na primeira turma de professores do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (1886). Então retornou a Itu (1887), a fim de servir na Igreja do Bom Jesus como confessor e ajudante do Padre Taddei nas missões populares.
Padre João se fixou no Colégio São Luís e nele esteve até o fim da vida, salvo por ano e meio (1893 e 94) que passou em São Leopoldo (RS) estudando espiritualidade e teologia.
A vida do padre João Fialho, em Itu, foi marcada pelo atendimento espiritual à comunidade escolar no Colégio São Luís, bem como aos ituanos de maneira geral. Ao lado do colégio estava a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte (antiga “do Bom Conselho”). Ali ele confessava diariamente boa quantidade de penitentes. Em outro horário do dia encaminhava-se à Santa Casa, visitando os enfermos.
Entre os jesuítas dirigia as discussões sobre os casos de teologia moral, dada a sua sólida formação teológica.
Seus últimos anos foram marcados por recolhimento espiritual e cuidados com a saúde fragilizada. Padre João Batista Fialho de Vargas faleceu em Itu a 25 de janeiro de 1907, morte sentida e noticiada n’A Federação daquela semana.
Além da fama de virtudes, padre João Batista Fialho de Vargas inspirou dois sobrinhos para a vida religiosa. Os padres André e Pedro Fialho, foram professores no colégio jesuítas por muitos anos.

Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”

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