Em família: volta às aulas requer cuidados de todos
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As atividades presenciais nas escolas já estão sendo retomadas em várias regiões do país. Mas não há unanimidade entre especialistas, autoridades e pais de que essa seja a melhor alternativa. Se por um lado muitos pais e alunos pedem a volta às escolas, muitos especialistas e autoridades se mostram preocupados com os riscos de um aumento na contaminação por coronavirus. Com a certeza de que não existe “risco zero”, todos os envolvidos precisam estar atentos às medidas necessárias para que os benefícios do retorno das aulas presenciais não de tornem um pesadelo para a saúde pública.
Depois de quase seis meses de suspensão das atividades presenciais, o país está gradativamente retornando às escolas. As decisões desse retorno ficaram a cargo dos governadores dos estados e, em última instância, ao prefeito de cada município. No país, dezenove estados já estão autorizados a retomarem com às aulas presenciais, entre eles o estado de São Paulo. Já na Bahia, Paraná e Sergipe a reabertura das escolas está sendo feita de forma parcial. Nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Roraima e Minas Gerais ainda não há definição.
No caso do estado de São Paulo, a retomada das aulas presenciais está vinculada à evolução das regiões no Plano São Paulo de enfrentamento da pandemia. Apenas municípios há pelo menos 28 dias na fase amarela do plano podem reabrir as escolas. Na região de Sorocaba – à qual pertence a cidade de Itu – o retorno das atividades presenciais foi autorizado a partir de 8 de setembro, para alunos que precisavam de algum tipo de reforço, e 7 de outubro para os demais alunos. Mesmo assim, cabe aos prefeitos a decisão final pela volta ou não das aulas presenciais.
Em Itu, a Prefeitura autorizou o retorno somente para escolas particulares e públicas estaduais. As escolas municipais mantêm suas atividades presenciais suspensas, conforme decreto publicado no último dia 15. No caso das escolas públicas estaduais de Ensino Médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA), as atividades foram retomadas no último dia 7. Já as escolas particulares podem criar um cronograma próprio para a volta das atividades presenciais.
Protocolos de saúde
Em todos os casos, a volta das atividades presenciais nas escolas deve respeitar os limites máximos de alunos. Nas redes privadas e municipais, a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental podem ter até 35% dos alunos por dia em atividades presenciais. Para os anos finais dos ensinos fundamental e médio, o limite máximo é de 20%. Na rede estadual, só é permitido o atendimento de até 20% em todas as etapas.
Foram também estabelecidos protocolos sanitários pelos governos federal e estadual. Veja as principais medidas que as escolas devem adotar:
•Higienização das salas de aula antes de cada turno.
•Higienização dos banheiros a cada três horas e na abertura e fechamento das unidade.
•Marcação do distanciamento nos pisos.
•Organização de entrada e saída de alunos, para evitar aglomerações.
•Revezamento de horários para intervalos ou recreios com turmas fixas.
•Na merenda, preferência para alimentos que não necessitem de manipulação.
•Evitar que pais, responsáveis ou qualquer outra pessoa de fora entre na escola.
•Eventos que causem aglomeração estão proibidos.
Além das medidas adotadas pelas escolas, é fundamental que os pais orientem as crianças a como lidar com a situação.
Também é importante que haja cuidados de higienização na volta da criança para casa, para que ela não se torne uma transmissora do coronavírus para seus familiares.
Como afirmam as autoridades, não existe “risco zero”, isto é, não é possível afirmar que as crianças estarão totalmente seguras com a volta das atividades presenciais nas escolas.
Mas, com uma rotina de medidas preventivas, tanto por parte da escola como das crianças e seus familiares, é possível reduzir significativamente os riscos de transmissão e aproveitar os benefícios que a volta à escola traz.

Cuidados com a higiene precisam se tornar rotina

Ao retornar para as atividades escolares presenciais, os alunos e seus familiares devem estar atentos a uma série de cuidados com a higiene, para evitar a proliferação do coronavírus. É importante lembrar que as crianças, mesmo sendo menos suscetíveis à doença e seus efeitos, podem ser transmissores do vírus para seus colegas e seus familiares. As medidas de prevenção precisam se tornar rotina na vida de todos. Veja as principais:
Uso da máscara: O uso da máscara é obrigatório para as crianças maiores de dois anos de idade. Entre dois e cinco anos, as máscaras devem ser utilizadas sob rigorosa supervisão de adultos. Para convencer a criança, o primeiro passo é explicar a importância de usar a máscara para se proteger e proteger as pessoas que a criança ama. O segundo é treinar o uso por períodos prolongados, enquanto brinca, corre, joga bola, entre outras atividades. Vale lembrar que a utilização da máscara pelas crianças sempre será reforçada pelo exemplo dos adultos. Os elogios e estímulos positivos também são muito importantes.
Máscaras extras. O tempo de uso das máscaras deve ser entre duas e quatro horas, mas dependerá muito da própria criança e da idade. A máscara deve ser trocada sempre que estiver úmida. Isso não só gera incômodo, como prejudica sua eficácia. É necessário sempre ter máscaras extras, que precisam ser incorporadas ao material escolar diário da criança.
Higienização das mãos. É importante que as crianças lavem as mãos ou as higienizem com álcool em gel 70% sempre que tocarem nos colegas ou em objetos de uso comum, como maçanetas, corrimões etc. Para as crianças maiores, é recomendado que tenham um pequeno frasco de álcool em gel, de uso pessoal.
Contato com os colegas. A conversa e a interação entre as crianças devem ser incentivadas e fazem parte do desenvolvimento neurológico, psicológico e social. No entanto, sempre com respeito às regras de segurança, como o distanciamento mínimo de 1,5 metro.
Dar as mãos, abraçar e beijar. Nesse momento recomenda-se que contatos como beijos e abraços sejam evitados. Existe um certo risco de transmissão por esse tipo de contato, mas o risco é alto, de fato, se as crianças não estiverem de máscaras e não higienizarem as mãos com frequência. Se higienizarem as mãos antes de dar a mão a um colega e, novamente, antes de tocar em outros locais do corpo, objetos ou pessoas, o risco de infecção é muito pequeno.
Atividades físicas. O suor não é um perigo. O problema é a saliva, tosse e espirros. Como nem todas as atividades físicas requerem contato físico, a escola deverá organizá-las de forma a garantir a máxima segurança das crianças.
Uso do bebedouro. A criança deve pegar água com copo ou garrafinha individual, higienizar as mãos antes e após manipular o copo e a máscara, e não encostar a boca da garrafa ou copo no bebedouro durante o abastecimento do recipiente. Ela nunca deve colocar a boca diretamente no bebedouro.
Hora do lanche. Não há uma regra sobre levar lanche de casa ou comprar na cantina da escola. Tudo depende do cuidado e da higiene com o qual os lanches serão produzidos, armazenados e, posteriormente, manipulados pela criança. O mais importante é não compartilhar alimentos mordidos com colegas e não passar alimentos de mão em mão.
Ir ao banheiro. A higienização das mãos é fundamental logo após o uso do banheiro e as crianças pequenas precisarão ser supervisionadas. A escola precisará cuidar da higiene do espaço, de acordo com os protocolos estabelecidos.
Compartilhar objetos. O ideal é que não sejam compartilhados, pois é muito comum que crianças levem lápis e mãos à boca. A mão infectada pode contaminar o objeto que pode contaminar quem manipulá-lo, principalmente se após tocá-lo levar a mão à boca, nariz ou olhos. Uma especial atenção deve ser dada ao uso de celulares. É importante que não sejam compartilhados e sejam higienizados na volta da escola.
Transporte escolar. Para ter mais segurança, o ideal é que as janelas do veículo se mantenham sempre abertas e todos estejam de máscara o tempo todo. As crianças devem se sentar com ao menos 1,5 m de distância entre elas e evitar conversar caso esse distanciamento não seja possível. Não deve ser permitido o transporte de nenhuma criança que esteja com sintomas de febre, gripe ou resfriado.

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