Os três graus do Sacramento da Ordem
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por Pe. Daniel Bevilacqua Santos Romano
Vigário na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat
Salto/SP

Neste sacramento temos três graus: bispos, presbíteros e diáconos; porém, somente os bispos e presbíteros participam diretamente do sacerdócio de Cristo. Os diáconos estão para ajuda-los e servi-los.
Os graus de participação sacerdotal (episcopado e presbiterado) e o de serviço (diaconado) são conferidos através do ato sacramental chamado “ordenação”.
O Episcopado – a
plenitude do sacramento:
Este grau da ordem ocupa o lugar principal do sacramento pois conservam a sucessão apostólica que vem ininterrupta desde o começo. Para desempenhar sua missão, os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo, que desceu sobre eles. E eles mesmos transmitiram a seus colaboradores, mediante a imposição das mãos, este dom espiritual que chegou até nós pela sagração episcopal.
Essa sagração episcopal, confere ao Bispo a plenitude do sacramento da Ordem, e junto com o múnus de santificar, também o de ensinar e governar. Pela graça do Espírito Santo concedida na ordenação, é impresso no ordenado o caráter sagrado e visível do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice agindo em Seu nome (in eius persona agant).
Lembramos que o Bispo não age sozinho mas está unido ao colégio episcopal (este, presidido pelo Sumo Pontífice), razão esta que para a legítima ordenação de um Bispo, é preciso ter o Mandato Apostólico de Roma e a presença de vários Bispos.
O Presbiterado –
cooperadores dos Bispos:
O ofício dos presbíteros, por estar ligado à ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo. Assim, os presbíteros “formam com seu Bispo um único presbitério, empenhados, porém, em diversos ofícios. Em cada comunidade local de fiéis, tornam presente de certo modo o Bispo, ao qual se associam com coração confiante e generoso. Assumem, como próprias, as funções e as solicitudes do Bispo e as exercem em seu empenho cotidiano pelos fiéis. Os presbíteros só podem exercer seu ministério na dependência do Bispo e em comunhão com ele. A promessa de obediência que fazem ao Bispo no momento da ordenação e o ósculo da paz do Bispo no fim da liturgia da ordenação significam que o Bispo os considera como seus colaboradores, filhos, irmãos e amigos, e em troca eles lhe devem amor e obediência.” (CC 1567)
O Diaconado – Para o
serviço:
“No grau inferior da hierarquia encontram os diáconos. São-lhes impostas as mãos não para o sacerdócio, mas para o serviço. Para a ordenação ao diaconado, só o Bispo impõe as mãos, significando assim que o diácono está especialmente ligado ao Bispo nas tarefas de sua diaconia.” (CC 1569)
Suas funções são: assistir o Bispo e os padres nas celebrações, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir funerais e se dedicar aos serviços e obras de caridade.
Para estes três graus de ordenação, o rito essencial consta da Imposição de mãos do Bispo sobre a cabeça do ordenando e a oração consacratória. Por esse motivo, somente os Bispos validamente ordenados (os da linha de sucessão apostólica) conferem este sacramento de modo válido; e apenas a homens por ser esta uma escolha do próprio Cristo ao escolher homens para formar o colégio apostólico que se atualiza até a Sua vinda definitiva sem esquecer que o ministro ordenado se configura à imagem do Cristo varão.
Este sacramento confere o caráter indelével, se torna sacerdote eternamente ainda que não exerça mais o serviço mas é impossível voltar ao estado laical pois imprime caráter assim como o sacramento do batismo.
Podemos ainda afirmar que é o Espírito Santo quem age pelo ministro ordenado, ainda que este seja pecador, a Graça de Deus não está condicionada à moralidade do sacerdote (isso não o dispensa da conversão) como diz Santo Agostinho: “o ministro orgulhoso deve ser colocado junto com o diabo, mas nem por isso é contaminado o dom de Cristo, que, por esse ministro, continua a fluir em sua pureza e, por meio dele, chega límpido e cai em terra fértil.” (CC 1584)
Rezemos pelos nossos ministros ordenados!

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