Refletindo
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por Nilo Pereira

Leituras iniciais do XXIX Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura (Is 45,1.4-6)
Passaram-se muitos anos desde que os israelitas foram conduzidos como escravos para a Babilônia, a grande e terrível Babilônia ainda é a dominadora do mundo, mas por pouco tempo. No horizonte já desponta um novo astro: o rei dos persas, Ciro, o excelente comandante, o político sábio e iluminado.
Ao tomar o poder, Ciro emana um decreto no qual se apresenta ao mundo como salvador, o libertador dos oprimidos, o defensor dos fracos, o homem piedoso, submisso à vontade de Deus. Ele ordena, de fato, que deixem em liberdade todos os exilados: se desejarem, podem voltar para a terra dos seus antepassados.
Ciro – diz o profeta – está realizando o projeto do Senhor, foi Deus quem o tomou pela mão e o acompanha. São atribuídos a Ciro títulos maravilhosos. É chamado “pastor”, “homem providencial”, “amado por Deus” e, sobretudo “ungido”, isto é “messias”.
O profeta não o identifica como o grande rei que “dominará de mar a mar e do rio até os confins da terra” (salmo 72,8), entretanto, o considera um instrumento de salvação nas mãos de Deus.
Como os israelitas na Babilônia, nós também nos perguntamos: É Ele ou o acaso que conduz os acontecimentos? Se é Ele, por que acontecem tantos fatos dramáticos, que não têm explicação?
A leitura de hoje nos ensina a discernir o amor do Pai que acompanha o homem, em qualquer hora, alegre ou amarga, da sua vida. Quem compreendeu isso poderá repetir com os israelitas: “Qual a nação que tem a divindade tão perto de si?” (Deut 4,7)

2ª Leitura (I Tes 1,1-5b)
Tessalônica era uma rica cidade mercantil. Os antigos diziam que era “populosa, despreocupada e aberta a todas as novidades, sejam boas, sejam ruins”. Paulo ali chega cerca de 20 anos depois da morte de Jesus, prega o Evangelho e funda uma comunidade. Mas foi obrigado a fugir, junto com Silas, tendo certeza de ter deixado atrás de si uma comunidade muito fraca.
Chega a Corinto, a cidade com dois portos, conhecida em todo o mundo pela vida dissoluta dos seus habitantes. Fica desiludido. Em Atenas passou por uma humilhação inesperada: as pessoas cultas que tinham se reunido para ouvi-lo, zombaram dele. Em Corinto as habituais perseguições dos judeus e um povo com pouca vontade de aderir à fé, por causa da vida moral corrupta que leva. Está tão desanimado que decide falar de Jesus somente no sábado, na sinagoga; dedica o resto do tempo à sua profissão de fabricante de tendas.
Certo dia, porém, chega de Tessalônica o amigo Tímóteo. Conta-lhe: “em Tessalônica todos se lembram ti, a comunidade está se desenvolvendo muito bem, é formada por pessoas generosas e fiéis ao Evangelho.
Tomado pela emoção, escreve imediatamente uma carta aos cristãos daquela comunidade. Esta carta foi o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito. Estamos no Ano 51 depois de Cristo. Paulo sabe que, de fato, a comunidade está bem alicerçada na fé, na esperança e na caridade (vers.3).

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