Refletindo
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por Nilo Pereira

Leituras iniciais do XXVI Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura (Ez 18,25-28)
O profeta se encontra no exílio e com ele vivem os israelitas deportados para a Babilônia depois da destruição de Jerusalém e se perguntam um para o outro: como pode ter acontecido essa calamidade? Quem é o culpado pelas nossas desgraças?
A estas perguntas os exilados respondem: A culpa é dos pecados dos nossos pais. Eles não deram ouvido aos profetas e nós pagamos as conseqüências.
Nós também podemos passar pela tentação de atribuir a outros a culpa pela nossa situação: eu sou preguiçoso, não tenho vontade de trabalhar, sou um corrupto, me embebedo. . . porque meus pais, meus amigos, porque o meu filho. . .
Esta maneira de justificar a própria condição é perigosa: alguém pode acabar se convencendo que pode continuar como é, que não deve se esforçar para mudar, porque é mesmo inútil, a culpa não é dele, mas dos outros, é dos pais, dos avós, dos amigos. . .
Os últimos versículos da leitura (vers.27-28) colocam uma outra verdade: se o justo pára de fazer o bem e pratica o mal, perecerá, e se o pecador se afasta das suas faltas e pratica a verdade e a justiça, salvará sua vida.
Aqui também há uma lição importante para nós: é inútil ter dito “sim” para Deus no dia do Batismo, se em seguida, durante a vida, vão sendo renegadas as promessas feitas. A vida inteira do homem deve ser um “sim” permanente ao Senhor. Deus está sempre disposto a ajudar aqueles que, renunciando ao mal praticado, querem reconstruir a própria vida.

2ª Leitura (Flp 2,1-11)
Como já dissemos, a comunidade de Filipos era excelente e Paulo se orgulhava disso. Entretanto, como acontece também em nossas melhores comunidades, havia o problema da inveja entre os cristãos. Lá também havia quem desse cotoveladas para impor-se aos demais, que pretendia ter a responsabilidade por algum ministério importante (a pregação da palavra durante as assembléias litúrgicas, a administração dos bens, a organização da vida comunitária. . .). Aspirava a estes cargos para servir os irmãos, é verdade, mas também para uma afirmação pessoal, para mandar, para mostrar-se superior.
Com muita delicadeza, para não magoar seus amigos, Paulo também destina umas palavras para esse problema (vers.3-4). Para convencer melhor os filipenses, introduz na sua exortação, um hino estupendo, composto naqueles anos e que era cantado em muitas comunidades (vers.6-11).
Encarnando-se, o Filho de Deus não perdeu a sua natureza divina; esta permaneceu como que escondida sob a forma humana que ele assumiu. Este caminho da humilhação de si mesmo, este rebaixamento até o último degrau, conduziu o Cristo à glorificação. A ele foi dado o domínio sobre toda a criação: é em vista dele que tudo foi criado. Ele não “entrou em campo com o jogo já iniciado” para remediar os desmandos provocados pelo pecado contra o primeiro projeto de Deus. Cristo é o primeiro, o único projeto de Deus.

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