O Matrimônio no desígnio de Deus
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Pe. Daniel Bevilacqua Santos Romano
Vigário na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat
Salto/SP

Em toda Sagrada Escritura se fala do sacramento do matrimônio. Inicia com a criação do homem e da mulher e conclui com as bodas do Cordeiro.
Por isso, importante lembrar que, desde sempre Deus pensou na íntima comunhão de vida e amor conjugal, assim, esta vocação está inscrita na própria natureza do homem e da mulher não permitindo a nós afirmar que o casamento é uma instituição simplesmente humana; ainda que sofra alguma variação cultural ao longo do tempo, existe um certo sentido de grandeza divina que nos permite afirmar que a salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar.
O amor entre os esposos é reflexo do amor de Deus inato a todo ser humano por este ser criado à sua imagem e semelhança, daí lembramos das Escrituras: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18); “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24) e ainda “De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19,6).
Para viver essa união, o homem e a mulher travam uma batalha cotidiana contra o pecado manifesto na discórdia, espírito de dominação, infidelidade, ciúmes e tantos outros, e um dos benefícios da vida conjugal é a graça dada por Deus por meio do sacramento de vencer esses pecados e a centralização de si mesmo e abrir-se ao outro.
Os livros de Rute e Tobias dão testemunhos comoventes do elevado sentido do casamento, da fidelidade e da ternura dos esposos. A tradição sempre viu no livro Cântico dos Cânticos uma expressão única do amor humano visto que é reflexo do amor de Deus, amor “forte como a morte que as águas da torrente jamais poderão apagar” (Ct 8,6s).
E por fim, no evangelho das Bodas de Caná, aprendemos com a presença de Jesus na festa de casamento. Ali se realiza o primeiro milagre de Jesus transformando a água em vinho (na Sagrada Escritura o vinho é sinal da alegria), com isso compreendemos que se Jesus está presente no matrimônio, se Ele é convidado a participar da festa da vida matrimonial, é a garantia da existência de eterna alegria.

Continua…

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