A Unção dos Enfermos
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por Pe. Daniel Bevilacqua Santos Romano
Vigário na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat
Salto/SP

Podemos dizer que este sacramento já está atestado desde São Tiago quando diz em sua carta: “Alguém dentre vós está enfermo? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados.” (Tg 5, 14)
E este sacramento nos ajuda a olhar com serenidade para a doença, situação esta em que o homem experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude; toda enfermidade pode fazer-nos entrever a morte.
A doença, se bem vivida, pode ser um caminho seguro de conversão e encontro com o perdão de Deus como encontramos no Antigo Testamento no livro do Êxodo (15,26): “Porque eu sou Iahweh, aquele que te restaura” e em Is 53 o profeta entrevê que o sofrimento também pode ter um sentido redentor para os pecados e anuncia que Deus fará chegar um tempo em que toda falta será perdoada e toda doença será curada.
Este tempo anunciado pelo profeta se realiza com a vinda de Cristo; Ele veio curar o homem inteiro: alma e corpo. Por isso muitos doentes procuravam-no para tocar ao menos as suas vestes, porque dele saía uma força que a todos curava. E por sua paixão e morte na cruz, Cristo nos toca para nos curar e nos ensina um novo sentido para o sofrimento, que doravante pode nos configurar com Ele e unir-nos à sua paixão redentora.
A Igreja recebeu a missão dada pelo Senhor – “Curai os enfermos! (Mt 10,8) – por isso se esforça para cumprir este mandato tanto pelos cuidados aos doentes como pela oração de intercessão com que os acompanha.
Para tornar visível esta missão, a constituição apostólica Sacram Unctionem Infirmorum, de 30 de novembro de 1972 estabelece o seguinte rito: “O sacramento da Unção dos Enfermos é conferido às pessoas acometidas de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos com óleo devidamente consagrado – óleo de oliveira ou outro óleo extraído de plantas – , dizendo uma só vez: ‘Por esta santa unção e por sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto de teus pecados, Ele te salve, e, em sua bondade, alivie teus sofrimentos.”
Vale lembrar que a Unção dos Enfermos não é um sacramento só daqueles que se encontram às portas da morte. Portanto, tempo oportuno para receber a Unção é certamente o momento em que o fiel começa a correr perigo de morte por motivo de doença, debilitação física ou velhice. E este sacramento só é administrado pelos sacerdotes (bispos e presbíteros) uma vez que existe a graça da absolvição dos pecados.
Por fim, enumeramos os principais efeitos que este sacramento confere ao fiel:
1) O principal dom deste sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias do estado de enfermidade grave ou da fragilidade da velhice. Reza-se pedindo a cura do enfermo.
2) A união com a paixão de Cristo. Encontrar no sofrimento, a graça da santificação e conversão.
3) Preparação para a morte. Esta pode vir acompanhada do viático – a Eucaristia.
Assim concluímos os dois sacramentos de Cura: a Penitência e a Unção dos enfermos.

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