Refletindo
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por Nilo Pereira

1ª Leitura (Is 22,19-23)
Encontram-nos no reinado de Ezequias (séc. VIII a.C.) e o primeiro ministro é um certo Sebna: um oportunista que não dá ouvidos às palavras do profeta, que se deixa corromper com presentes e que, com o dinheiro do povo, começa a construir para si um monumento de mármore. Por um certo tempo, tudo passa em brancas nuvens, mas em seguida é descoberto e destituído do cargo. Para ocupar o seu lugar o rei escolhe Eliakim, filho de Chelkia.
Isaias fica muito contente com esta escolha porque Eliakim é um homem honesto e de muita capacidade. A liturgia nos propõe a narração deste fato por duas razões:
Primeiro porque o trecho descreve de que maneira, naquele tempo, era conferido o poder ao primeiro ministro. A cerimônia se desenvolvia desta forma: o rei arrancava o manto e o cinto do ministro indigno. Depois, com estas insígnias revestia o novo encarregado e lhe punha nas costas as chaves do seu palácio. Por que não as entregava nas mãos? Porque antigamente as chaves eram muito grandes e pesadas e deviam ser carregadas nas costas.
A leitura nos prepara para entender o trecho do Evangelho de hoje, onde se conta que Jesus entregou a Pedro as chaves do Reino dos Céus, isto é, lhe conferiu plenos poderes.
Encontramos o segundo ensinamento nas palavras do vers. 21, que descreve a autoridade de Eliakim: “Ele será como um pai para os habitantes de Jerusalém e para todo o povo de Judá” Também isso nos prepara para entender em que consiste o serviço da autoridade que Jesus conferiu a Pedro. Consiste, sim, em ser um pai disposto a sacrificar-se pelos filhos.
Mas também ele (Eliakim), aos poucos, começou a deixar-se corromper, usou de seus poderes para favorecer seus familiares. Então – conta Isaias – ele se tornou como uma estaca onde se colocam muitas coisas: acaba por ceder e tudo o que estava sobre ela, cai para o chão.

2ª Leitura (Rom 11,33-36)
O trecho de hoje conclui a ampla exposição que angustia Paulo: a recusa dos judeus de reconhecer Jesus o Messias. Vimos que esta infidelidade deles teve um resultado positivo: a entrada dos pagãos na Igreja.
Foram as perseguições por parte dos judeus que obrigaram os discípulos a abandonar Jerusalém, a dispersar-se pelo mundo, a anunciar o Evangelho aos pagãos (Atos 11,19-21).
Diante desta “habilidade” de Deus em conduzir os acontecimentos da história e em extrair o bem até do mal, Paulo exclama o que lemos nos versículo 33.
Os projetos de Deus são de fato incompreensíveis e imprevisíveis, não somente na história dos povos, mas também na vida década pessoa.
Nós nos defrontamos todos os dias com problemas e situações que não têm explicação humana. Todavia, a certeza de que tudo aquilo que acontece è guiado pelo amor do Pai, nos obriga a acreditar que qualquer acontecimento, até o mais dramático, tem o seu sentido profundo.

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