Sacramentos de Cura: A Penitência
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Por Pe. Daniel Bevilacqua Santos Romano
Vigário na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat
Salto/SP

Dentre os sacramentos de cura temos a unção dos enfermos e a penitência. Este sacramento é conhecido como “confissão” porque a declaração dos pecados diante do sacerdote é um elemento essencial pode ser denominado, também chamado de sacramento da reconciliação com toda fundamentação em 2Cor 5,20: “Reconciliai-vos com Deus”.
Através deste, o fiel percorre um caminho de conversão e rompimento com os vícios para manter sempre branca a veste recebida no batismo. Toda mensagem de Cristo é sempre um convite a essa mudança de vida como prerrogativa para entrarmos no Reino de Deus, com isso podemos dizer de duas conversões: a Batismal, quando se recebe o gérmen de Vida Eterna e a Diária – esta é ininterrupta, é durante toda a vida.
Aqui lembramos que o pecado é uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com Ele e ao mesmo tempo com a Igreja. Assim como ofendemos alguém, e precisamos nos emendar pedir perdão ao ofendido, o fiél vai até o sacerdote para pedir o seu perdão a Deus, pois Cristo conferiu aos apóstolos essa autoridade de reconciliação com o Pai e a Igreja quando diz a Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19). Para também mostrar que a reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus; Ele sempre perdoa mas nós precisamos estar disponíveis para receber este perdão com o coração aberto, contrito e arrependido.
Quanto maior o amor a Deus, maior a dor gerada pelo pecado.
Este sacramento não é somente o “dizer os pecados ao padre”, mas dizemos que a reconciliação é dada em três momentos denominados: “Atos do Penitente”.
1º) Contrição: É uma dor da alma e detestação do pecado cometido com o desejo de não pecar mais. A contrição pode ser perfeita, quando a dor do pecado brota do desejo de amar a Deus acima de tudo; esta contrição perdoa as faltas veniais e os pecados mortais se incluir a firma resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental. Mas a contrição pode ser imperfeita; esta nasce da consideração do peso do pecado e/ou do temor da condenação eterna e outras penas que ameaçam o pecador. Este abalo da consciência pode ser o início de uma conversão interior que necessitará da Graça de Deus vinda pela absolvição sacramental.
2º) Confissão dos pecados: Neste momento se enumera os pecados mortais de que têm consciência, principalmente aqueles cometidos no silêncio. Apesar de não ser estritamente necessária a confissão das faltas veniais, é vivamente recomendada pela Igreja pois nos ajuda na conversão diária.
Vale lembrar que aqui não é o momento para direção espiritual, nem contar histórias e sim dizer apenas os pecados cometidos. Uma boa confissão não dura mais que 10 minutos.
3º) Satisfação: A simples justiça exige uma reparação do mal por ter prejudicado o próximo e a relação com Deus. Esta satisfação chama-se também “penitência”.
“A penitência imposta pelo confessor deve levar em conta a situação pessoal do penitente e procurar seu bem espiritual. Deve corresponder, na medida do possível, à gravidade e à natureza dos pecados cometidos. Pode consistir na oração, numa oferta, em obras de misericórdia, no serviço ao próximo, em privações voluntárias, em sacrifícios e principalmente na aceitação paciente da cruz que devemos carregar. Essas penitências nos ajudam a configurar-nos com Cristo, que, sozinho, expiou nossos pecados uma vez por todas. Permitem-nos também tornar-nos coerdeiros de Cristo ressuscitado, pois sofremos com ele.” (C.C. 1460).
Próxima semana, apresento uma catequese sobre o efeito deste sacramento na alma e na vida do penitente.

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