Refletindo
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Por Nilo Pereira

Primeira Leitura (I Re 19,9-13)
Elias viveu num período histórico caracterizado por profundas mudanças políticas e sociais.
Estamos no século IX antes de Cristo. Com uma revolução armada, um general muito hábil e inteligente chamado Omri toma conta do poder e começa uma obra de profunda transformação do seu reino. Faz arranjos de casamentos entre sua família e as dos reis vizinhos, sendo que um, o do seu filho Acab e a esperta, ambiciosa filha do rei de Tiro, Jezabel. Será ela que orientará o seu marido sobre o modo de governar, introduzirá usos e costumes da sua terra e tentará desarraigar a fé no Senhor.
Contra essa “colonização” dos cérebros e das consciências ergue sua voz corajosa o profeta Elias. Quando denuncia as violações da justiça – narra a Bíblia – “a sua palavra queima como o fogo” (Eclo 48,1). Contudo não consegue impedir que muita gente aceite os programas de corrupção religiosa, levados adiante pela nova rainha; teme pela sua vida porque Jezabel não está brincando e quer matá-lo.
Elias foge então para o sul, em direção do deserto, onde se encontra o monte de Deus: Oreb ou Sinai. Neste lugar, 400 anos antes, se refugiou também Moisés e ali ele encontrou Deus.
A leitura de hoje nos conta que, tendo chegado ao Oreb, Elias recebe a revelação de Deus. “Há um vento impetuoso. . . depois do vento vem um terremoto. . . depois há o fogo. . .” Para grande espanto seu, porém, Elias percebe que o Senhor não se encontra no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas “no murmúrio de uma leve brisa”.
A sua experiência é a imagem daquilo que acontece a cada um de nós. Há ainda muitos cristãos que em verdade adoram um Deus que é idêntico ao dos pagãos ou ao dos muçulmanos: um Deus que distribui prêmios e castigos, que manda doenças e infortúnios, que não manda a chuva se os homens forem maus. É preciso que, os que ainda pensam assim, se ponham a caminho como Elias, e se preparem para descobria a nova face de Deus.

Segunda Leitura (Rom 9,1-15)
Neste trecho da Carta aos Romanos, Paulo enfrenta um problema que o angustia profundamente: por que os judeus, seus patrícios, rejeitaram o Cristo? Como é possível que o povo eleito, os filhos de Abraão, os herdeiros das promessas feitas aos Patriarcas tenham rejeitado o Messias?
Na leitura desse dia, ele revela que estaria disposto até a ser excomungado e separado de Cristo, se isto pudesse servir para recuperá-los.
No último versículo estão catalogados os privilégios que Israel recebeu de Deus. O último, o mais importante de todos é o fato de que Cristo é filho desse povo.
Quem dentre nós não sente profundamente, ao ver alguns membros da própria família, ou amigos muito queridos, ou a namorada, ou o próprio marido, que não querem nada com Cristo, com o Evangelho, com a vida cristã?

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