A produção em monastérios no Brasil
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Padre Flávio em brassagem no convento em Juiz de Fora.

Por aqui, na Terra de Santa Cruz, nosso clero também anda desbravando no meio cervejeiro. Em Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Juiz de Fora, o Padre Flávio Campos retomou uma tradição cultural dos padres holandeses da Congregação do Santíssimo Redentor, que iniciou em 1984 nos porões do Convento e Igreja de Nossa Senhora da Glória, que é a fabricação de cerveja!
A produção parou por volta de 1994 e foi retomada por Padre Flávio em 2009, após algumas reformas e resgate do processo totalmente manual realizado com os equipamentos restaurados, passaram a produzir cerveja para consumo dos próprios padres. Deram o nome da cerveja de Hofbauer, uma homenagem a São Clemente Maria Hofbauer, fundador da congregação do Santíssimo Redentor – Redentoristas.
“A Igreja nunca viu como uma incoerência o consumo da cerveja com a convivência comunitária, com a fé. Ela compunha o almoço no cotidiano da comunidade”, contou o padre.
A cerveja é produzida apenas uma vez ao ano, mantém a mesma receita original e se aproxima muito do estilo Belgian Ale. A cerveja ficou famosa em reportagens veiculadas na TV, e também quando foi finalmente apresentada ao público no evento Forest Beer, um evento sobre cerveja artesanal realizado em 2019 no Seminário da Floresta, um espaço que no passado abrigou um seminário dos redentoristas, e que desde a década de 70 é um espaço para retiros, congressos, cursos e celebrações e que ainda pertence à congregação.
Infelizmente, a cerveja continua sendo produzida apenas para consumo dos padres e não está à venda ao público.

A cerveja Mosteiro.

Cerveja do Mosteiro
Diferentemente dos padres redentoristas, os monges beneditinos do Mosteiro de São Bento em São Paulo lançaram em 2017 a Cerveja do Mosteiro, nos estilos Golden Ale e Red Ale, que estão à venda ao público na padaria do mosteiro, que também possui venda online (www.padariadomosteiro.com.br).
Costume herdado dos religiosos alemães, os monges beneditinos tem o hábito de tomar cerveja nos almoços de domingo, fato que levou os monges a iniciar a produção e vender na padaria, que além da cerveja também comercializa pães, geleias e bolos.

A cerveja Beneditina.

Cerveja Beneditina
Outro exemplo de produção regular de cerveja artesanal dentro de uma estrutura eclesial, é no Mosteiro de São Bento em Brasília.
A ideia surgiu em 2016 quando o prior Dom André Rocha Neves sugeriu a Dom Bernardo Maria de Freitas, que produzisse uma cerveja artesanal dentro dos limites da clausura para o consumo interno do mosteiro. Dom Bernardo, após fazer um curso de cerveja artesanal e criar as receitas, colocou-as em prática e iniciou o processo de fabricação das cervejas para o consumo dos monges. As cervejas passaram então a ser consumidas durante o recreio de domingo, celebrado à noite após o jantar.
Porém, a produção artesanal deu tão certo que as cervejas passaram a ser vendidas na loja do mosteiro. Os estilos produzidos e comercializados são a English Red Ale, Belgian Golden Ale e Russian Imperial Stout.
Além da cerveja, a loja do mosteiro também vende pães, bolos, biscoitos, licores, artigos religiosos e incenso. Horários de funcionamento e localização podem ser conferidos na página oficial do Mosteiro em www.msbento.org.br.

Assista a reportagem veiculada na TV sobre a produção da Igreja em Juiz de Fora – MG. Clique aqui.

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