Construir pontes, defender a vida e derrubar muros!
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Celso Tomba

O apelo é do Papa Francisco: “Precisamos de meios de comunicação capazes de construir pontes, defender a vida e derrubar muros, visíveis e invisíveis, que impeçam o diálogo sincero e a verdadeira comunicação entre pessoas e comunidades.” O trecho é parte de uma mensagem enviada pelo Papa, no último dia 30 de junho, para a Conferência Católica dos Meios de Comunicação, promovida pela Associação Católica de Imprensa dos Estados Unidos e do Canadá.
Papa Francisco destaca que “a experiência dos últimos meses nos mostrou que a missão da mídia é essencial para manter as pessoas unidas, encurtando distâncias, fornecendo as informações necessárias e abrindo as mentes e os corações à verdade”. Nossas comunidades precisam dos meios de comunicação para informar e unir.
Na mensagem, o Papa faz alusão aos meios de comunicação em geral, mas, falando a uma Associação Católica de Imprensa, quer nos fazer refletir também sobre o papel da mídia católica no mundo de hoje. A Igreja, que é responsável por televisões, rádios, jornais e revistas impressos, além de tantas outras presenças no mundo digital e diversas formas de comunicação popular, precisa pensar sobre seu papel também como responsável pela comunicação. De que pontes o Papa está falando? A que muros ele se refere?
As respostas não são simples. Nem podem ser dadas pelo Papa! Cada realidade, cada circunstância histórica e social, tem seus muros que impedem “o diálogo sincero e a verdadeira comunicação”. Cada realidade tem suas próprias necessidades de pontes que possam “manter as pessoas unidas” e “abrir as mentes e os corações à verdade”. Cabe a cada comunidade, a cada Igreja Particular, descobrir os muros a derrubar e as pontes a construir.

“Precisamos de meios de comunicação que possam ajudar as pessoas, sobretudo os jovens, a distinguir o bem do mal, a fazer julgamentos corretos.”
(Papa Francisco)

O desafio não é pequeno! Num mundo em que as informações circulam de forma instantânea e a sociedade quer respostas cada vez mais rápidas para tudo, produzir informação e formação de qualidade é uma tarefa que requer esforços e recursos nem sempre disponíveis. Nesse contexto, conduzir e manter um meio de comunicação dentro da Igreja, exige profissionalismo, competência e gestão, para poder tirar os melhores resultados dos recursos disponíveis.
Muitas vezes, rádios, tvs, jornais e outras mídias católicas precisam entrar no mercado competitivo das comunicações empresariais e seguir suas regras. O grande desafio é manter os valores do Evangelho e agir eticamente nesse universo, sem deixar-se seduzir pelo sistema, que nem sempre age de forma ética e muitas vezes utiliza meios escusos para se manter funcionando.
E, principalmente, como afirma Papa Francisco, é preciso que aqueles que estão envolvidos com a comunicação tenham sempre em mente que “toda comunicação tem sua fonte última na vida do Deus Uno e Trino, que partilha conosco a riqueza de sua vida divina e nos pede para comunicar esse tesouro aos outros, unidos no serviço de sua verdade”. “Um verdadeiro comunicador é completamente dedicado ao bem dos outros em todos os níveis, da vida de cada pessoa à vida de toda a família humana.”
O Papa Francisco pede aos comunicadores que sejamos um sinal da verdade e da unidade que queremos comunicar. Afinal, a comunicação verdadeira acontece, especialmente, pelo exemplo!

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