Um pároco para reorganizar a Matriz
Quando da saída do padre Pina assumiu a Paróquia de Nossa Senhora Candelária um novo sacerdote, com o intuito de reorganizar a igreja matriz, praticamente abandonada ao tempo do antecessor. Chamava-se padre Antonio Felix José de Oliveira. Seu paroquiato foi de dois anos. Procurou pôr em ordem os livros de assentamento, único registro de pessoas que havia àquele tempo, desleixados pelo antecessor, o que foi um problema para quem precisava de documentos àquele tempo e para quem estuda história hoje…
Atuante, padre Felix atendeu ao pedido da Câmara da Vila, realizando a primeira procissão a São Jorge em Itu, com imagem feita pelo escultor Eliseu do Monte Carmelo. Também foi ele quem registrou os óbitos do padre Jesuíno do Monte Carmelo, a 01 de julho de 1819 e do Padre José de Campos Lara a 19 de fevereiro do ano seguinte, mortes que causaram comoção geral. É possível imaginar os ofícios solenes, missa de réquiem e orações fúnebres nessas exéquias!
Além dos momentos de dor, padre Antonio teve a alegria de benzer e inaugurar a Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, a 8 de novembro de 1820, com enormes festividades e procissão com diversos andores, tudo conduzido pelo padre Simão Stock do Monte Carmelo.
No tempo de seu paroquiato, o Conselheiro Antonio Rodrigues Veloso de Oliveira sugeriu a cidade de Itu para sede de bispado, a fim de dividir a região administrativa da grande diocese de São Paulo. Tempo de glória na riqueza local, refletida na Igreja ituana.
Talvez a celebração de maior na trajetória do padre Antonio Felix tenha sido um batizado: a 10 de outubro de 1819 teve a ventura de derramar a água regeneradora e a força do Espírito sobre a cabeça do pequeno Bento Dias Pacheco, que se tornaria o maior dos ituanos.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”