Um mineiro na Matriz de Itu
O segundo pároco substituto do Padre Braz Luís de Pina ficou no cargo por dez meses, entre abril de 1839 e fevereiro de 1840. Chamava-se padre Manoel da Silva Campos. Nascido no Sul de Minas, toda sua família estava ligada à região de Campanha. Seu pai, Joaquim da Silva Campos foi cirurgião mor em diversas cidades, inclusive na Corte. A mãe se chamava Rosa Maria de Jesus.
A família, já com outros religiosos, como o cônego Francisco da Silva Campos, tinha posses o que permitiu ao jovem estudar e ser ordenado, possivelmente, na diocese do Rio de Janeiro, enquanto estava vaga a Sé de Mariana. Foi pároco na Igreja Matriz de São Gonçalo do Sapucaí (MG) entre 1831 e 1836. Depois se mudou para Itu em companhia do pai. Seria temerário afirmar, mas se pode imaginar que, ao ser nomeado coadjutor da paróquia de Itu, o pai tenha vindo acompanhá-lo. Há informações de que tenha estado, depois de Itu, no Rio de Janeiro. Quase nada mais se pode dizer desse coadjutor que serviu como pároco em Itu.
Durante seu paroquiato, a 1º de maio de 1839, foi constituída a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia para construir e manter um hospital para pobres, a partir da doação de um recurso deixado pelo capitão Caetano José Portella, comerciante lisboeta estabelecido em Itu, patriarca da família Portella. Em junho desse ano começaram as obras.
Também nesse tempo o pároco de Itu foi obrigado à lei municipal de 13 de julho de 1838 que proibia os enterramentos no recinto das igrejas. A punição à infração cairia sobre ele. Desejando melhorar o cemitério e dar mais dignidade à morada eterna dos irmãos falecidos, os membros da Ordem Terceira do Carmo iniciaram a construção de uma capela-jazigo, somente concluída em 1842.
Luís Roberto de Francisco -Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”