Um longo paroquiato em três tempos
A 9 de janeiro de 1832 teve início um dos mais longos mandatos na paróquia de Itu com a posse do cuiabano padre Braz Luís de Pina. A mãe, Joanna da Costa Aranha, era natural desta terra. Diziam que o menino, que foi exposto à porta de D. Maria Germana, era filho do padre Braz Luiz de Pina, vigário de Caraguatatuba!
Seu primeiro paroquiato se estendeu por sete anos, até 10 de fevereiro de 1839. Houve um interregno, por motivo de doença, substituído pelo padre João Paulo Xavier, como veremos na próxima semana.
Padre Pina voltou à paróquia em 4 de julho de 1840 até 25 de agosto de 1841. Três dias depois foi nomeado definitivamente, ficando até 10 de janeiro de 1853, portanto vinte anos! Nos períodos em que esteve afastado, assumiram a vigaria os padres Manoel da Silva Campos e Manoel Ferraz de Camargo.
Padre Braz reinaugurou a igreja matriz em 1833, mas dez anos depois um raio danificou a torre central que foi reconstruída pelo cirurgião Francisco Mariano da Costa. O último filho deste, de nome Tristão, que seria músico, o bom pároco batizou em agosto de 1846, mesmo ano em que recebeu, em nossa matriz, a visita do imperador Pedro II com solene Te Deum. Em 1850 foi a vez de batizar o menino José Ferraz de Almeida Jr., notável artista.
A matriz, historicamente ligada às eleições, em 1850, foi palco de verdadeiro escândalo, dadas as tratativas políticas pouco adequadas ao lugar religioso. O clero local solicitou à Assembleia Geral, a mudança do local dos pleitos. O padre Braz era um homem muito ligado às ideias do partido conservador, inclusive tido como pessoa impertinente e rabugenta… talvez daí a antipatia pelos políticos liberais. Foi um bom vigário.
Deixou a paróquia em 1853.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”