Um longo paroquiato
Após o curto tempo de Frei Pedro da Cruz Souza em nossa paróquia, tomou posse como pároco em 8 de dezembro de 1704 o Padre Felix Nabor de Camargo. Ficou por vinte e quatro anos e marcou seu tempo por uma intensa atividade nesta comunidade que só crescia (em 1728, elevou-se para 800 casais).
Padre Felix era paulistano, nascido em 1659, filho de José Ortiz de Camargo e Isabel Ribeiro. Foi ordenado sacerdote em 1685 e logo destinado a Itu, para atividades administrativas, pois era homem letrado. Atuava também como advogado. Assumiu a importante função de Vigário da Vara, responsável pelos bens da Igreja na região.
Acredita-se que foi figura de proa no crescimento de Itu, de lugarejo rural a ponto de apoio aos portos da região (Salto e Porto Feliz).
Em seu tempo teve também início a organização dos Carmelitas em Itu, primeiramente com a Ordem Terceira, depois com a construção de capela e hospedaria (1720), afinal o convento foi contestado pelos franciscanos.
No convento de São Luís de Tolosa foi organizada uma Irmandade de São Benedito (1710), para ampliar a devoção ao santo negro cozinheiro. Do outro lado da vila, já arrabaldes, foi construída, entre 1726 e 1728 a Capela de Santa Rita por Matias de Melo Rego e seus irmãos.
As festas e celebrações na igreja matriz contavam com boa música sacra. Antonio Machado do Passo e Bartolomeu de Quadros eram responsáveis por vozes e instrumentos.
No final do tempo do Padre Felix, em 1722, a Paróquia de Itu foi elevada à condição de Câmara Eclesiástica, com um escrivão nomeado, Francisco Álvares Rodrigues. Entre outras coisas ele era responsável por emitir papéis oficiais da Igreja e do Estado.
O operoso Padre Felix Nabor de Camargo faleceu em outubro de 1730 aos 69 anos.
Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”