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por Dom Vicente Costa – Bispo Diocesano de Jundiaí

“O próprio Senhor vos dará um sinal” (Is 7,14).

Caríssimos leitores e leitoras: sabemos que, na história da salvação, o povo de Israel aguardava com ansiedade a vinda do Messias, o Salvador. Diversos homens e mulheres, escolhidos por Deus, profetizaram a chegada daquele que seria o vencedor de todo o mal, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus conosco.
Naquele clima de expectativa que atravessava os séculos, muitos pediam a Deus um sinal. Queriam saber se estava próxima a vinda do Messias, o Esperado de Deus. Encontramos no livro do profeta Isaías um desses sinais, expresso de modo claro e objetivo: “Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14).
Quase quatro séculos se passaram para que a profecia se realizasse. Em Nazaré, na Galileia, o arcanjo Gabriel foi enviado por Deus para que fizesse proposta a uma jovem virgem chamada Maria, filha de Joaquim e Ana, prometida em casamento a um homem justo, chamado José. Como sabemos, Maria deu o seu “sim”, o seu “faça-se”. E assim, pelo poder do Espírito Santo, o Verbo se fez carne para habitar em meio de nós (cf. Jo 1,14).
Os relatos que narram a Encarnação do Verbo são maravilhosos. Ficamos deslumbrados com o infinito amor do Pai por nos enviar seu Filho Unigênito. Ficamos impressionados com o respeito do arcanjo diante da jovem virgem. Ficamos admirados com as virtudes e a fé de Maria.
Alguns, por distração, colocam o justo José em segundo plano, uma vez que ele não esteve presente na Anunciação do anjo. Entretanto, devemos também nos admirar com a fé do pai adotivo de Jesus. Descendente da casa de Davi, ele também mereceu um sinal da parte de Deus. Incomodado e sem saber como sua jovem esposa havia engravidado “sozinha”, teve a graça de ser orientado em sonhos por um anjo do Senhor (cf. Mt 1,18-25). Ao aceitar sua missão com coragem e fé, viu cumprir-se a profecia no seio da Sagrada Família.
Caríssimos leitores e leitoras: o mundo continua precisando de um sinal, uma espécie de farol em meio às trevas do pecado. Esse sinal já nos foi dado: o próprio Jesus. Na solene festividade do Natal, devemos recordar e testemunhar que cremos em Jesus, o Filho Encarnado do Pai, o Senhor da Luz que veio resgatar a humanidade das trevas do ódio, da violência e da injustiça.
Este ano o Natal não pode passar em branco: deve passar pela Pessoa de Jesus! Todos nós, batizados em nome de Deus Uno e Trino, fomos escolhidos por Deus e chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo, a ter uma fé pura e singela, qual coração de criança. Uma fé humilde, qual o presépio de Belém. Uma fé recheada de esperança e amor, qual o canto do coro de anjos do primeiro Natal.
O desafio para nós é sermos hoje um sinal autêntico e verdadeiro do Menino Jesus em meio à humanidade. Nós, que o levamos na vida e no coração, devemos apresentar o Emanuel, o Deus Conosco aos homens e mulheres, muitas vezes atormentados pelas tristezas do mundo. Devemos proclamar, com o testemunho de nossa vida, em alto e bom som, esta grande verdade: “Glória a Deus nas alturas! Deus está conosco, no meio de nós!”.
Esse Menino, verdadeiro sinal do infinito amor de Deus, precisa ser anunciado a toda a humanidade, pois, é nossa Missão levar a esperança e a caridade a todos, sobretudo neste tempo em que recordamos o grande sinal que é o Natal, o grande presente de Deus para as nossas vidas: nosso Senhor Jesus.
Desejo a todos um santo e feliz Natal! Que o Emanuel possa estar cada vez mais conosco, e que a fé no Menino Deus possa renascer diariamente em nossos corações, a fim de que continuemos firmes e perseverantes, levando a Pessoa de Jesus a tantos que ainda não o conhecem verdadeiramente.

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