Você é mal educado
Sim, o brasileiro é mal educado. Basta um olhar mais profundo para chegarmos a tal conclusão. Primeiro é necessária uma sutil diferenciação: educação é uma coisa; ensino é outra. A verdadeira educação não é dada, é conquistada. Cada pessoa deveria ter a liberdade de aprender, educar-se, de acordo com suas próprias aptidões e gostos. A liberdade é o melhor caminho para uma educação verdadeira. Para quê insistir em cálculos e equações com quem deseja ser antropólogo? Para quê insistir em Sócrates e Platão com quem deseja ser torneiro mecânico?
Não venham com chorumelas: é claro que um operário pode estudar filosofia, como é claro que um filósofo pode aprender marcenaria. Mas isso desde que sejam livres para tal e não porque estejam obrigados. Se cada pessoa, dentro da sua área de interesse, tivesse a liberdade de estudar apenas o que é realmente importante para se tornar um bom profissional em determinado segmento, teríamos uma economia enorme de tempo e de insatisfações.
Essa tal liberdade nos estudos não elimina a necessidade de um professor para guiar a caminhada educacional. Trata-se de um dado antropológico: em todas as culturas, em todos os lugares, em todos os tempos, a figura do mestre é mais que necessária. Como adquirir sabedoria? Com os sábios. Como adquirir experiência? Com os experientes. Como tornar-se um bom profissional? Trabalhando com bons profissionais. O “dize-me com quem andas e te direis quem és” resume essa questão.
O tal do “desconstrutivismo”, encarnado de modo tupiniquim por Paulo Freire e seus incautos asseclas, prega a liberdade dos alunos mas coloca o professor como mero espectador. O protagonismo dado aos discípulos é insípido, incolor e inodoro. Sem a figura do mestre, são como cegos guiando outros cegos. Um bando desordenado fazendo o que quer, mas sem saber realmente a razão disso.
Se essa porcariada pregada por Paulo Freire funcionasse mesmo, o Brasil não estaria nessa dramática condição educacional, que é a pior do mundo. De acordo com as aferições internacionais o brasileiro é o povo mais burro do planeta. Nossos universitários não sabem interpretar um simples texto, seja em prosa ou poesia. Não sabem realizar operações matemáticas mais complexas, de segundo grau. Não conseguem escrever um texto de uma lauda que seja coeso e objetivo.
O resultado disso é que temos no Brasil muita gente diplomada, mas que joga lixo no chão e não dá seta pra fazer uma curva. Temos muita gente com MBA, mas capazes de cometer crimes bárbaros como estupro ou pedofilia. Temos muita gente com mestrado, supostamente “inteligente”, mas incapaz de lidar com as complexas relações familiares. Temos muita gente com doutorado, mas que são racistas e individualistas. Temos alguns PhD’s super frustrados porque não se sentem realizados como simples seres humanos. Todos adestrados, mas nada educados para uma existência sadia e feliz. O povo brasileiro tem que parar com essa mania de achar que “Educação” é aprender coisas por obrigação e para fazer currículo. Está na hora de deixarmos de ser adestrados.
Amém.