Devocione-se
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No artigo da sexta dia10/05 destaquei o sentido da devoção: ato de dedicar-se ou consagrar-se à alguém. A devoção à Maria, mãe de Jesus implica ao devoto dedicar e consagrar como ela fez Maria. Ela se entrega à Deus. Então, o devoto também faz sua entrega, dedica sua vida a Deus como fez Maria. Maria descobre a vontade de Deus por meio da oração. Lucas 1,26… “Faça-se em mim conforme a tua palavra”.

Ao ser solicitada para ser mãe recolheu-se no silencio e na meditação. Ao gerar o Salvador da humanidade o fez com generosa disponibilidade e desprendimento. Ao ver o filho crescer em idade e estatura guardava tudo meditando em seu coração.

Quando contempla o Filho com a cruz às costas e crucificado, imaginamos que ela poderia dizer que sua missão fora realizada. Porém, recebe uma outra missão ser da humanidade: “Mulher, eis aí teu filho”. A partir daquele momento tornou-se mãe de todos.

Se perguntar a um grupo de católicos: “Por que reza a Maria, e não diretamente a Jesus?”, encontrará respostas curiosas. Uns justificarão que “desde pequeno rezo para Nossa Senhora, e dá certo”. Outros, “porque ela é minha mãe do Céu”, ou ainda “ela é muito bondosa e sempre escuta nossos pedidos”. Ela é a poderosa rainha do céu e da terra”. E não faltará aquele que diz “ peça à mãe, que o Filho atende” e Maria passa na frente”. O fato é que a devoção mariana é muito mais afetiva do que intelectual. Por isso, não se explicitam as razões.

O fundamento da visão católica contemporânea sobre a legitimidade do culto a Maria se encontra no capítulo 8 da Constituição Dogmática Lumen Gentium (Luz dos povos), do Concílio Vaticano II. Após apresentar alguns traços do perfil bíblico de Maria e refletir sobre a relação entre a Mãe de Jesus e a Igreja, aborda-se de frente a dedicada questão: Se Jesus é o mediador entre Deus e a humanidade como compreender então a intercessão de Maria? Coerente com os dados bíblicos, o documento conciliar confirma que Cristo é o único mediador. Mas essa única mediação de Cristo não é compreendida de forma exclusiva ou excludente, pois os santos são colaboradores de Jesus. (Vida pastoral, julho-agosto de 2015 – ano 56 – nº 304.

O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: «não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para redenção de todos (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece. (Lumen Gentiun, 60).

Concluo o texto destacando que Maria é nossa mãe e intercede por todos à queles que a invocarem.

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