27º Domingo do Tempo Comum
Compartilhe

Diác. Valdeci
Florentino Santos Par. Nossa Senhora Aparecida

“Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’ “

Lc 17,5-10

Os apóstolos pedem a Jesus: “Aumenta a nossa fé!”
Com esse pedido, demonstram a preocupação com a própria fé. Sentiam a necessidade de que ela crescesse e, por isso, suplicaram esse aumento. Trata-se da fé que cada um de nós recebeu no batismo: é o impulso que nos leva a praticar boas obras e a buscar a perfeição.
Quem tem fé, por pequena que seja, consegue realizar coisas grandiosas. Quem crê pode até fazer com que uma árvore saia de onde está e se plante no mar. No Evangelho de Mateus (17,20), Jesus fala de uma montanha. Com essas duas imagens – a árvore e a montanha – Ele quis mostrar o imenso poder da fé. Isso não significa que quem crê vá literalmente transplantar montanhas ou árvores, mas ensina que, para quem tem fé, muitas coisas são possíveis. A fé, quando acompanhada de obras, realiza prodígios em nós.
Jesus fala da eficácia e da força da fé. Afirma que, se os discípulos se esforçarem para ter uma fé viva, que traga em si uma confiança ilimitada em Deus, nada lhes será difícil. A fé vence todos os obstáculos e atrai a ajuda e a proteção divinas. O cumprimento dos preceitos e conselhos evangélicos torna-se difícil se contarmos apenas com as nossas forças; mas tudo se torna possível com o auxílio de Deus. As obras de apostolado, por exemplo, ficam estéreis se forem realizadas sem a graça divina.
O distintivo do apóstolo deve ser o espírito de fé – uma fé viva e operante. Mesmo pequena, será grande, pois realizará prodígios.
Jesus também nos dá uma lição de perseverança e humildade. Somos servos de Deus, sempre sujeitos à sua vontade. Não basta servi-Lo apenas em determinada época da vida. Não basta cumprir sua vontade em algumas coisas ou por um tempo limitado. Toda a nossa existência deve ser consagrada ao serviço divino.
Cumprimos o que Deus nos prescreve e permanecemos fiéis ao que Ele nos pede. E, olhando para a nossa condição, só temos motivos para nos considerar servos inúteis. Por maior que seja o serviço que prestamos a Deus, jamais conseguiremos retribuir os benefícios que d’Ele recebemos a cada instante. Nenhum motivo temos, portanto, para nos gloriar de nós mesmos. Se somos castigados, diz Santo Agostinho, é por aquilo que nós mesmos fizemos em nós; se somos coroados, é por aquilo que Ele fez em nós.
Trabalhamos em uma obra sobrenatural. Por nós mesmos, nada podemos. Somos verdadeiramente servos inúteis. Se nosso trabalho produz algum fruto, devemos ter em mente que somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. O Senhor, artista divino, realiza maravilhas servindo-se de nossa pequenez, e assim resplandece cada vez mais o seu poder. Quando nos sentirmos tentados à vanglória por algum sucesso em nosso trabalho, recordemos as palavras de Cristo e digamos com sinceridade: “Somos servos inúteis.”
Você sente necessidade de que sua fé aumente?
Até que ponto você vive integralmente a sua fé?