4º Domingo da Páscoa
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Diác. Luiz EugenioDemarchi
Paróquia São José

“ Eu dou minha vida pelas ovelhas.”

Evangelho (Jo 10,11-18)

Depois da liturgia propor, nos domingos anteriores, a necessidade da Fé, neste domingo apresenta uma nova condição para crescer na participação e comungar a vida nova na ressurreição: ouvir, acolher, e se deixar conduzir pela voz do bom pastor. É necessário o acolhimento da palavra, na vida pessoal, e ingressar na estrada por onde o bom pastor conduz seu rebanho.
A imagem de Jesus “ é do Bom Pastor “, aquele que dá a vida por suas ovelhas. O pastor e seu rebanho eram realidades comuns no tempo de Jesus. Este relato nos mostra a intimidade, e o afeto entre o pastor e suas ovelhas. Percebemos que existe entre eles um amor e uma confiança muito grandes.
Jesus nos diz que as ovelhas não seguem um desconhecido. Seguem só o seu pastor, porque se identificam e reconhecem sua voz. Conhecer na bíblia tem um significado muito profundo, conhecer significa amar. Quem conhece, confia, e verdadeiramente ama.
Jesus deixa bem clara a diferença entre o bom pastor e o falso pastor. Este último vem só para roubar, destruir e matar, por isso é comparado ao ladrão, um mercenário. O bom pastor, pelo contrário, preocupa-se com a vida, vem para que todos tenham vida em abundância.
O pastor é o líder e cada um de nós, de um modo ou de outro, exercemos cargo de liderança, seja no trabalho, na família, na comunidade e também na sociedade. De forma permanente ou em certas ocasiões, nós somos líderes. Na parábola do bom pastor, Jesus alerta sobre como estão sendo vividas as relações de liderança.
Quando a liderança deixa de ser serviço, para se tornar poder, oprime e destrói. A liderança torna-se ladra e salteadora. O líder deve conduzir para o caminho certo. Precisamos estar perto das pessoas. É fundamental conhecer suas necessidades, compreende-las, amá-las e partilhar com elas a vida. A vida deve ser entendida no sentido amplo.
O amor e a partilha devem estar presente na vida religiosa, familiar e na vida profissional. Em qualquer caso, o autoritarismo, a negligência e o abandono, são nocivos e levam à morte, matam a religiosidade e a comunidade, matam a família. As ovelhas conhecem a voz do seu pastor, confiam e se deixam levar. Sabem que serão conduzidas em segurança, para verdes pastagens e águas abundantes.
Quantos se apresentam como pastores, falam até em nome de Jesus Cristo, no entanto defendem a violência. Corruptos que não estão preocupados com a paz, com a liberdade, com a dignidade e muito menos com o abandono em que se encontram crianças, doentes, idosos. Não têm a menor preocupação com o desemprego, a fome, o abandono, que ameaçam as ovelhas.
Cuidado com os falsos pastores, eles tem voz muito parecida com a voz do verdadeiro pastor, fazem uso dos meios de comunicação, sobem em palanques, faz em discursos inflamados e estão presentes no rádio, na tv, nos jornais, nas mídias sociais. Estão presentes no nosso dia-a-dia, disfarçados de bons pastores. É preciso estar atentos e abrir bem olhos e ouvidos, para não sermos enganados.
Não podemos seguir a qualquer um. Vamos seguir o bom pastor.
Como reconhece-lo?? O bom pastor não é reconhecido por falar manso e de forma poética, ele é reconhecido pelas verdades que diz, são palavras nem sempre doces, porém verdadeiras.

Louvado seja o Cristo Ressuscitado !