3º Domingo da Quaresma
Diác. Raimundo Bezerra Neto
Paróquia São Judas Tadeu
“O zelo por tua casa me consumirá.” (Jo 2,13-25)
No último Domingo a Liturgia nos apresentava a expressão subir, hoje novamente. Nosso Senhor investe no plano Pascal. Também a liturgia nos apresenta O Sinal e o mapa que nos conduz à verdadeira vida.
O Evangelho que hoje nos é apresentado, está logo depois que João apresenta Jesus para seus discípulos. Para estes, João já havia falado muito a respeito de Jesus, porém, hoje, Jesus mesmo se apresenta como Aquele que se consome de zelo pelas coisas do Pai.
O Jerusalém tinha em torno de 55.000 habitantes. João narra uma situação que antecede a festa da Páscoa, quando hospedavam cerca de 125.000 peregrinos e eram sacrificados em torno de 18.000 cordeiros. Portanto, muitos pediam a licença para expor suas barracas com vendas para atender a liturgia do templo.
Isso fazia com que as pessoas voltassem seus olhares para as recomendações humanas, em alguns casos comerciais, vazias, e não para agradar a Deus.
Jesus vê tudo isso como um verdadeiro oportunismo e vai além de propor uma reforma, propõe na verdade uma abolição.
Pensamos, pois, neste tempo da Quaresma, o que precisamos abolir da nossa vida! Nós, cristãos, filhos amados de Deus, como tem sido nossas práticas? Mais cristã ou mais pagã? O que tenho de abolir nas minhas práticas?
Jesus, o verdadeiro Sinal, quer nos ajudar seguir o mapa que nos leva a Deus. Para isso precisamos nos voltar para Ele, estreitar nossas relações, de um modo especialíssimo pelo Ministério da Reconciliação.
Todo o comércio que girava em torno do Tempo de Jerusalém, gerava muita miséria e centrava renda a poucos. A Proposta de Jesus é diferente, que o Templo seja um lugar que todos deem sua oferta e que ajude os necessitados. Por isso Ele não só propõe mudança, mas abolição. Neste contexto, precisamos perguntar: o que há em mim (práticas, atitudes, etc.), que não só precisa mudar, mas, sim abolir!
Jesus diz que destrói o templo e em três dias reconstrói. Ninguém entendeu. Nem mesmo seus seguidores. Assim, muitas vezes, não entendemos a proposta de Jesus para nossa própria vida, mas uma coisa é certa, Nele podemos nos derramar inteiro, sem reservas, ele cuidará de tudo!
Que neste tempo da Quaresma, possamos desejar ardentemente que, com a Ressurreição, sejamos todos reconstruídos. Homens e mulheres renovados no Senhor. Com o propósito de sermos todos irmãos, empenhados na causa do Reino. A CF deste ano quer despertar todo o povo de Deus para reconstruirmos nós mesmos. “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8). E porque somos todos irmãos fica muito fácil de construir uma verdadeira “Fraternidade e Amizade Social”.
No último domingo, os discípulos perguntavam o que é Ressureição. Ou seja, não é nada intimo para eles, nesta ótica entendemos porque eles ficaram com tantas dúvidas quando Jesus fala de reconstruir o Templo, na verdade, Jesus fala dele mesmo!
Que tenhamos o objetivo de ser reconstruídos no Senhor. Que Ele nos ajude!