2º Domingo do Tempo Comum
“Eis o Cordeiro de Deus!”
Diác. Estêvão Scalet
Paróquia Nossa Senhora da Candelária
Neste domingo vemos João Batista encontrar e reconhecer Jesus como o Cordeiro de Deus, por isso indicou-O aos dois discípulos que estavam com ele.
A missão de João consiste apenas em preparar os homens para acolher o Messias libertador; quando esse Messias “passa”, a missão de João termina e começa uma nova realidade. João está plenamente consciente disso.
Não procura prolongar o seu protagonismo. Ele sabe que a sua missão não é congregar à sua volta um grupo de adeptos, mas preparar o coração dos homens para acolher Jesus e a sua proposta libertadora. Por isso, na ocasião certa, indica Jesus aos seus discípulos e convida-os a segui-Lo.
A expressão “eis o cordeiro de Deus”, usada por João para apresentar Jesus, faz referência ao “cordeiro pascal”, símbolo da libertação oferecida por Deus ao seu Povo, prisioneiro no Egito.
Esta expressão define Jesus como o enviado de Deus, que vem inaugurar a nova Páscoa e realizar a libertação definitiva dos homens.
Depois da declaração de João, os discípulos reconhecem em Jesus esse Messias com uma proposta de vida verdadeira e o seguem. “Seguir Jesus” significa caminhar atrás de Jesus, percorrer o mesmo caminho de amor e de entrega que Ele percorreu.
Os discípulos fazem uma pergunta a Jesus: “Rabi, onde moras?”. Nela, está implícita a sua vontade de aderir totalmente a Jesus, de aprender com Ele, de habitar com Ele, de estabelecer comunhão de vida com Ele.
Jesus convida-os: “vinde ver”. O convite de Jesus significa que Ele aceita a intenção dos discípulos e os convida a segui-LO
Os discípulos aceitam o convite e fazem a experiência da partilha da vida com Jesus. Nasce, assim, a comunidade do Messias, a comunidade da nova aliança. É a comunidade daqueles que encontram Jesus que passa, procuram n’Ele a verdadeira vida e a verdadeira liberdade, identificam-se com Ele, aceitam segui-LO no caminho que Ele apontar, estão dispostos a uma vida de total comunhão com Ele.
Quem encontra Jesus e experimenta a comunhão com Ele, não pode deixar de tornar-se testemunha da sua mensagem e da sua proposta libertadora. Trata-se de uma experiência tão marcante que transborda os limites estreitos do próprio eu e torna-se anúncio libertador para os irmãos. O encontro com Jesus, se é verdadeiro, conduz sempre a uma dinâmica missionária.
Precisamos ficar atentos como o jovem Samuel, na primeira leitura, que precisou de ajuda para reconhecer a voz do Senhor. A resposta de Samuel ao Senhor deve ser a nossa resposta também ”Fala Senhor que o vosso servo escuta”.
Dessa forma entenderemos a mensagem de Paulo que nos ensina que o nosso corpo não é para a imoralidade mas para o Senhor. Precisamos ter coerência entre o que pregamos e como vivemos. O Deus que ressuscitou Jesus também nos ressuscitará pelo seu poder se tivermos comunhão com Cristo.
Agindo assim estamos aderindo ao plano de salvação que Deus tem para nós.
Deus os abençoe.