A arte cria solidariedade num mundo dividido e devastado pelas guerras
Ao dar-lhes as boas-vindas, Francisco agradeceu-lhes mais uma vez por sua colaboração no importante trabalho de conservação e restauração do patrimônio artístico e cultural dos Museus Vaticanos. O compromisso de vocês, disse o Papa, é um sinal concreto de seu apreço pelo potencial das artes, em suas muitas formas, de abrir mentes e corações para a beleza da criação e para a misteriosa riqueza de nossa vida e vocação humanas.
O trabalho de conservação para o qual vocês contribuem, ao mesmo tempo em que protegem esse precioso legado do passado, também convida as novas gerações a refletir sobre a conexão intrínseca entre arte, história, cultura e fé. Há uma conexão intrínseca entre elas: arte, história, cultura e fé.
A arte sempre fala à alma
O Pontífice lembrou que o objetivo deles como Benfeitores das Artes dos Museus Vaticanos é garantir que os tesouros artísticos das coleções Vaticanas, nos quais se reflete a imensa diversidade de culturas, tradições e expressões criativas que enriquecem o mundo, possam continuar a “inspirar, elevar e revelar” as esperanças e aspirações mais profundas do coração humano.
Francisco frisou, ainda, que a arte, e a arte religiosa em particular, pode levar uma mensagem de misericórdia, compaixão e encorajamento não apenas aos crentes, mas também àqueles que duvidam, que se sentem atordoados, incertos ou talvez sozinhos.
Porque a arte sempre fala à alma. Ela tem o poder de promover o reconhecimento de nossa humanidade comum, de construir pontes entre culturas e povos e de criar o senso de solidariedade de que tanto precisamos em nosso mundo tristemente dividido e devastado pelas guerras. A arte regenera o espírito humano, assim como a água regenera o deserto seco e árido.
Cuidar e preservar o patrimônio inestimável que nos foi confiado
Antes de concluir sua breve saudação, o Papa quis ressaltar que a história de 40 anos da fundação foi inspirada não apenas pelo amor às artes, mas também pela convicção de que cada geração tem a responsabilidade coletiva de cuidar e preservar o patrimônio inestimável que nos foi confiado. Essa consciência deu frutos no importante trabalho de restauração realizado nas últimas quatro décadas e, em particular, durante os anos de lockdown devido à pandemia.
Queridos amigos – disse por fim o Santo Padre –, com esses sentimentos, queridos amigos, renovo meu apreço por seu apoio à missão dos Museus Vaticanos e os encorajo a perseverar nesse louvável esforço.
Os Benfeitores das Artes dos Museus Vaticanos (Patrons of the Art in the Vatican Museums) nasceram em 1983 entre a Califórnia e Nova York. Um ano antes, a Santa Sé havia promovido nos Estados Unidos a exposição itinerante “The Vatican Collections. O papado e a arte”. Uma série de atividades nos Museus Vaticanos celebram estes dias os 40 anos desta benemérita fundação.