Os precursores do MEJ no Brasil

Nestes dias em que estamos celebrando o centenário de nascimento do padre Ranulpho Amirat, uma vocação que brotou do MEJ em Itu, lembramos mais uma vez o pioneirismo do padre Taddei, fazendo do Brasil uma nação católica. A ele se deve o germe do movimento pela vida sacramental às crianças e jovens, fincando as bases da Cruzada Eucarística, hoje Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), que conta com 400 núcleos com 10.000 participantes por todos os estados do país.
Um grupo deles se encontrará com o papa Francisco, no início de julho, em Lisboa, na Jornada Mundial da Juventude, na companhia do padre Eliomar Ribeiro, atual Diretor Nacional do Apostolado da Oração (Rede Mundial do Oração do Papa) e de seu ramo jovem.
Sabemos que o MEJ tem esse nome desde a década de 1960, quando o papa João XXIII quis adequar o grupo juvenil do Apostolado aos novos tempos. A Cruzada Eucarística já contava cinquenta anos e o novo nome oferecia dinâmica aos jovens católicos brasileiros.
Neste artigo, e nos próximos, vamos narrar duas iniciativas que revelam os precursores e os primórdios da Cruzada no Brasil, obra do padre Taddei no Bom Jesus.
O primeiro núcleo da Cruzada Eucarística, agremiação juvenil do Apostolado da Oração nasceu em Bordéus, na França, em 1915, com o padre Alberto Bessiéres em um colégio feminino católico. Ele propôs uma frente de orações pela paz na Europa que vivia a primeira guerra mundial (1914 – 1918). Logo foi aprovada pelo Papa Bento XV. Porém, muitos anos antes o nosso padre Taddei criou, em Itu, uma agremiação de crianças e jovens para ser a versão juvenil do Apostolado da Oração.
É interessante como Taddei mantinha uma visão de futuro e prática de iniciativa em um país de imaturidade religiosa, cuja Igreja vivia a inércia espiritual do século XIX. Não foram somente o Apostolado da Oração, a imprensa católica e o catecismo para crianças as suas bandeiras. Foi também a preocupação com a perseverança, com a continuidade da religião na trajetória dos jovens que se tornariam adultos distantes da religião se não houvesse um movimento de aderência à vida sacramental.
Nos primeiros anos da revista Mensageiro do Coração de Jesus, o padre Taddei trouxe a Itu um sacerdote do clero baiano, cônego Zacharias Lopes dos Santos Luz, a fim de colaborar na redação, instalada nos fundos da igreja do Bom Jesus. Este padre secular, sem vínculo com a diocese de São Paulo e com os jesuítas, recebeu, do padre Taddei três missões: dirigir a revista, substituí-lo junto na direção do centro do Apostolado de Itu, afinal o Taddei continuava missionando pelo país, e organizando um projeto de vida sacramental para meninos e meninas daquela comunidade. Talvez estejamos tratando do primeiro núcleo juvenil de devoção ao Sagrado Coração de Jesus no Brasil.
No próximo artigo veremos como nasceu o projeto dos Legionários ou Pequenos Cruzados do Sagrado Coração de Jesus.