Novamente um ituano
Em fevereiro de 1824, assume a paróquia de Itu o Padre José Rodrigues Castanho. Era ituano, filho de Joaquim do Rego Cabral, gente de Itu e Isabel Rodrigues do Prado, de Araçariguama. O novo pároco era sobrinho e afilhado do Padre José do Rego Castanho, antigo pároco local. Já vivia em Itu o Padre Castanho, como Vigário da Vara, acabou aceitando o encargo para amenizar o clima de intrigas do tempo dos irmãos padres Pina.
Foi ele que, a 12 de abril desse ano, em nome da Coroa brasileira, aceitou o juramento das 163 autoridades locais à Constituição do Império. Houve grandes solenidades ao ato em Itu. No dia 20 na igreja matriz assistiu-se à Missa Cantada e solene Te Deum tendo como pregador o Padre Francisco Leite Ribeiro, um dos mais ilustrados sacerdotes ituanos, que fora Juiz de Paz e Órfãos.
No paroquiato do Padre Castanho as coisas voltaram à normalidade na igreja matriz e houve até novidades positivas. Por exemplo, o padre Elias do Monte Carmelo fundou a Casa das Educancas, para abrigar meninas pobres, iniciativa que depois daria origem ao Conventinho. Mas houve também momentos de consternação da comunidade pela morte de lideranças. Em 18 de julho de 1825 faleceu o Padre Antonio Pacheco da Silva, fundador do leprosário depois dirigido pelo Padre Bento e a 11 de novembro as preces foram pelo poderoso Capitão mor Vicente da Costa Taques Góes e Aranha, zelador da Igreja do Bom Jesus. As solenes exéquias couberam ao pároco José Rodrigues Castanho.
Padre Castanho foi pároco até janeiro de 1826. Depois se retirou para Cabreúva como zelador da capela de Nossa Senhora da Piedade. A 9 de dezembro de 1830 conseguiu a elevação da capela à condição de Freguesia, ainda dependente de Itu. Em 1832 foi o primeiro pároco de Cabreúva.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”