A inauguração da igreja matriz
Um prestigiado pároco da igreja matriz foi o padre dr. Manoel da Costa Aranha, primeiro ituano a ocupar o cargo. Foi nomeado em setembro de 1777, quando da renúncia do padre Caldeira. Era filho de João da Costa Aranha e Maria Francisca Vieira. Estudou na escola do Convento Franciscano de Itu e depois em São Paulo, onde foi ordenado sacerdote, a 29 de setembro de 1754. Talvez tenha se doutorado em Portugal. Foi pároco em Araçariguama (1758-1764) e transferido para Itu a fim de ser o Vigário da Vara.
Sua família se tornou poderosa com a ascensão econômica de seu pai, comerciante e proprietário de terras; foi o responsável pela construção da nova Igreja do Bom Jesus. O filho padre, sucedendo o pai como zelador do templo, construiu, com recurso próprio, o sobrado anexo àquela igreja. Padre Manoel era irmão do Capitão mor de Itu, Vicente da Costa Taques Góes e Aranha.
Costa Aranha foi pároco por treze anos, até 1790. O bispo de São Paulo o considerava “douto, zeloso, bom pregador, com qualidades de perfeito sacerdote”. Mesmo assim houve uma questão local, porque o pároco demissionário queria outro substituto e argumentou com a rainha de Portugal a interferência de mandatários da política ituana. Por isso Costa Aranha ficou, por alguns anos, somente como vigário encomendado, sem receber a côngrua que continuou sendo paga ao antigo pároco (vigário colado).
Padre Costa Aranha foi quem benzeu e inaugurou a majestosa igreja matriz em 1780 e a Igreja do Carmo, em 1882, ambas construídas por iniciativa do padre João Leite Ferraz de Arruda.
Em janeiro de 1790 Costa Aranha deixou o cargo, mas viveu até 14 de dezembro de 1800. Foi enterrado na igreja do Bom Jesus. No seu testamento deixou bens às igrejas ituanas, maior beneficiária a própria matriz.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”