Ainda dá tempo!
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Estamos caminhando para o final da Quaresma. Um tempo muito propicio para olhar para dentro de nós e avaliar como está nosso itinerário de vida cristã, de vivencia sacramental. Com certeza vamos encontrar dentro de nós, também muitas magoas e marcas do passado, histórias que muitas vezes não ficaram bem resolvidas, mas que passaram e que na maioria das vezes, foram empurradas para debaixo do tapete.

Os sinais do tempo passado não podem ser empecilhos para que nossa conversão seja constante. Tudo que passou serve para fundamentar a vida que estamos vivendo e por que não afirmar, escrevendo. As feridas de outrora só serão cicatrizadas, ou mesmo superadas, quando através da Palavra de Deus, conseguirmos nos converter. Muitas vezes, somos ativos na vida da Igreja e, por isso, pensamos que somos totalmente convertidos, não nos resta mais nada a fazer em relação a esse assunto. Contudo, é neste pensamento que nos desviamos da misericórdia de Deus.

Todo instante é tempo de nos converter e entregar as magoas, que nos prende ao passado, à misericórdia de Deus. Certamente ao olhar para os fatos de um passado talvez não tão distantes, tenhamos a maturidade na fé de avaliar como aquilo se desenrolou e como hoje, os fatos e ações poderiam ser diferentes. Se naquele momento nos ajudou o Espírito Santo, com certeza nos ajudará ainda mais em uma situação semelhante no futuro, pois com o passar do tempo, vamos crescendo espiritualmente e com isso nos fortalecendo na fé, que nos dá forças para enfrentar outras situações.

A conversão se torna uma constante na vida do cristão que busca, a recompensa da vida eterna. O processo de conversão resulta em uma vida penitente, não de sofrimento, mas de busca pela misericórdia de Deus e que está seja de modo constante na vida dos irmãos que nos circundam.

Contemplando a face do Senhor dos Passos compreendemos que: aquele sofrimento salvou o mundo, desta forma é na alegria da Ressurreição de Cristo que o cristão penitente encontra o motivo para se esforçar em uma vida de santidade, não só para alcançar a recompensa da vida eterna, mas para iniciar a maravilha do Reino de Deus aqui juntos aos demais irmãos.

O passado nos serve de saudade, mas a misericórdia de Deus suprir o peso da nostalgia, apagando as magoas e sofrimentos. Tudo tem um motivo, uma razão de ser e de acontecer que no momento em que vivemos determinadas situações e realidades, não conseguimos entender o que se passa. Deus sempre quis o melhor para o homem, tanto que a ele ofereceu o paraíso. Mas o pecado o afastou das maravilhas que Deus lhe concedeu.

Assim devemos buscar a conversão a cada fato de nossa vida e recuperar esse paraíso já aqui na terra, junto com nossos irmãos, para que a alegria que vivemos aqui, seja a felicidade na vida eterna.

O caminho do discipulado em Cristo é um caminho com muitas tribulações, pois seguir a Cristo é seguir a cruz e não as láureas. A glória do cristão é viver eternamente junto a misericórdia de Deus, contemplando a sua face.

Reflitamos neste tempo restante da quaresma, quais são as cicatrizes que temos que superar e nos converter. Ainda dá tempo!