A Igreja é missão: e nós somos suas testemunhas

por Diác. Tadeu Italiani
Estamos às portas do mês de outubro e com ele, a Igreja nos anima a viver de uma forma mais especifica à nossa vocação. Mas qual seria essa vocação? A missionariedade. Todo cristão é chamado, a partir do seu batismo, a ser um missionário, um propagador do Reino de Deus e contribuir com a edificação e expansão da Igreja, assim como fizeram os Apóstolos após Pentecostes.
“A Igreja é missão”. Com este tema somos impulsionados a entronizar a missão de evangelizar em nossa vida, inspirados pela Palavra do Senhor, “Sereis minhas testemunhas, (Atos 1,8). São João Paulo II já nos pedia para que jogássemos nossas redes para mares mais profundos, estamos celebrando este ano, os quinze anos da elaboração do Documento de Aparecida, a cartilha do missionário comprometido com a alegria, boa nova do Evangelho e a riqueza que é a nossa Igreja Católica Apostólica Romana.
O Espírito Santo sopra entre nós, assim como em Pentecostes e, por isso, não podemos ter medo de sermos cristãos comprometidos com a Palavra e, assim anunciar, fazendo com que mais pessoas conheçam a Jesus Cristo e as maravilhas do Evangelho. Nosso Papa Francisco nos fala, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, pede que saiamos do nosso individualismo e que sigamos ao encontro dos necessitados, aqueles que desconhecem Jesus. “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” e nos exorta. “O individualismo pós-moderno e globalizado favorece um estilo de vida que debilita o desenvolvimento e a estabilidade dos vínculos entre as pessoas e distorce os vínculos familiares. A ação pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais(…).”
Somos Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo feitos à imagem e semelhança de Deus, templos vivos do Espírito Santo e, desta forma, não podemos olhar ao próximo que sofre e sermos indiferentes. Não precisamos saber de cor a Bíblia, mas temos que ter os valores e a moral do Evangelho em nosso coração e assim, dar testemunho da Palavra de Deus, com nossas ações e atitudes cristãs. Nossa vida deve seguir o exemplo do Cristo, que se deu na Cruz para redimir e salvar nossos pecados. Muitas vezes pensamos que ajudar o irmão necessitado é lhe oferecer dinheiro, alimento ou então fazer uma oferta material. Há casos que isso seja necessário. Mas o principal é sair da nossa bolha de conforto, do nosso comodismo e oferecer mão amiga, ouvir, dar atenção e se colocar a disposição para juntos enfrentar esta perversa sociedade em que vivemos, a qual está muito longe de ser algo semelhante ao Reino de Deus.
Ser Igreja é participar do grande projeto de amor de Deus, sendo muitas vezes fermento do Evangelho nos ambientes em que estamos inseridos e assim, transformando-os com o testemunho da nossa vida cristã, balizada na Palavra de Deus, anunciando a salvação e mostrando o caminho a seguir para o Reino de Deus. Somos convidados ser a missão da Igreja de resgatar nossos irmãos afastados, sem esperança, desamparados e mostrar que é possível viver a misericórdia de Deus, ter o seu perdão e caminhar no seu amor rumo a salvação e vida eterna.
Animemos e nos encorajemos para seguir como Igreja missionária neste mundo. Concluo com a frase de São João Paulo II em sua Encíclica Redemptoris Missio. “A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, ainda está bem longe do seu pleno cumprimento… uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão ainda está no começo e que devemos nos empenhar com todas as forças no seu serviço.”
Que Maria Santíssima, a rainha e estrela da evangelização interceda por nós em nossa missão.