13º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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por Nilo Pereira

Sugerimos que antes de lerem os comentários, façam as leituras na Bíblia.

1ª Leitura (1Reis 19,16b.19-21)

Elias, o profeta “semelhante ao fogo, cuja palavra queimava como uma chama” (Livro do Eclesiástico 48,1) vive numa época de grande prosperidade econômica, mas ao mesmo tempo, de assustadora corrupção religiosa e moral.

Os adoradores de Javé são perseguidos e também Elias é obrigado a fugir. Ele está muito velho e cansado e necessita de alguém que assuma o seu lugar e Deus lhe indica quem será seu sucessor: é Eliseu, filho de Safat, um próspero proprietário de terras (vers.16).

Um dia, enquanto se encontra no campo, dedicado ao cansativo trabalho de lavrar, Elias se aproxima dele, toma o seu próprio manto e coloca nos ombros de Eliseu. Naquele tempo o manto era considerado como parte da pessoa que o usava. Com efeito, com o manto de Elias, Eliseu realizará feitos semelhantes aos do seu mestre (2Reis 2,14).

Como responde Eliseu a este chamado? O seu gesto é muito significativo, mostra que ele está decidido a abandonar tudo. Renunciou definitivamente à vida de rico agricultor e abraçou uma nova profissão: ser profeta para seguir Elias.

O que pode nos ensinar este episódio? Muitos se sentirão inclinados a aplicá-lo à vocação de padres e freiras! Mas o chamado de Eliseu representa, ao invés, outro tipo de vocação. Antes de tudo, o chamado de cada pessoa batizada para desempenhar um ministério na sua própria comunidade.

É muito significativo também, o modo como Eliseu rompe com o passado. Quem é chamado para a vida cristã deve “queimar” decididamente todos os laços com a vida pagã: corrupção, mentira, ganância de bens materiais.

2ª Leitura (Gálatas 5,1,13-18)

A leitura começa com uma exortação de Paulo (vers.1). Os gálatas abraçaram o cristianismo, mas logo, por serem muito ingênuos, se deixaram iludir por alguns fanáticos que vieram anunciar-lhes a necessidade de voltar à observância das pequenas normas, prescrições e disposições impostas pela “lei” antiga. A fidelidade às antigas tradições fez com que os gálatas esquecessem o único mandamento que tem valor para o cristão: o amor fraterno, síntese de toda a Lei (vers.13-14).

Mas ser livre significa que cada um pode fazer o que bem entende? Evidentemente que não! – diz Paulo. – Mas então, o que significa? Quem acredita em Deus como um soberano severo, intransigente e exigente, não é livre, mas escravo que vive na angústia, no pavor de ser castigado por qualquer falta cometida. Um empregado, por amor ao salário, poderia até se submeter a um patrão tão austero, mas sua mãe certamente não aceitaria semelhante escravidão.

A Bíblia nos ensina que as nossas relações com Deus não são as de escravo ou empregado, mas a de mãe que se deixa guiar exclusivamente pelo seu amor. É esta a liberdade da qual nos fala Paulo: a liberdade iluminada pelo amor como o da esposa, da mãe.