23º Domingo do Tempo Comum
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Leituras iniciais do 23º Domingo do Tempo Comum

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Isaías 35,4-7)
O profeta compõe este oráculo e o oferece aos israelitas que, exilados na Babilônia, perguntam se um povo golpeado por tantas desgraças ainda poderá recuperar-se desta destruição.
A resposta do profeta é uma mensagem de esperança para estas pessoas aflitas. Começa com palavras reconfortantes (vers.4) e continua com o anúncio de mudanças extraordinárias.
Mas afinal, que promessas são essas? Na visão do profeta, os israelitas são como uns coxos: não estão em condições de sair do lugar para onde foram conduzidos como escravos; são cegos: não encontram o caminho da saída para a liberdade; são surdos e mudos: tamparam os seus ouvidos à Palavra de Deus que salva e, como não lhe deram atenção, não têm a capacidade de comunicá-la aos outros.
Esse oráculo faz surgir em Israel a convicção de que a cura dessas doenças teria sido o sinal dos tempos messiânicos. Os rabinos ensinavam que, com sua vinda, o Messias teria restituído a vista aos cegos, curado os coxos, teria feito os surdos ouvirem e os mudos falarem.
Encerra-se a leitura com o anúncio de uma transformação também para a terra que acolherá os israelitas quando do regresso da Babilônia (vers.6-7). As palavras contidas neste maravilhoso trecho começaram a cumprir-se com a vinda de Jesus, mas não se realizaram em toda a plenitude durante a Sua vida.
As palavras de conforto desse profeta constituem-se, para as nossas comunidades cristãs, num convite para uma reflexão séria: mostram solidariedade com as vítimas da opressão e da injustiça? Estão ao lado das pessoas atingidas por alguma desdita, das famílias que enfrentam problemas ou são vítimas de alguma doença?

2ª Leitura (Tiago 2,1-5)
Na Bíblia, pobres não são apenas aqueles que não possuem bens materiais, mas também os menos favorecidos na vida: os doentes, os que não puderam receber uma instrução mais elevada, os que têm um gênio muito problemático, as pessoas marcadas por muitos fracassos, os que são marginalizados por causa de seu temperamento difícil. . .
Dentro das nossas igrejas certamente não acontecem as “discriminações” citadas por Tiago. Se num domingo viesse participar de nossas celebrações litúrgicas algum personagem famoso, um astro dos estádios ou do cinema, um político de renome, nós com certeza o cumprimentaríamos com educação, o convidaríamos a tomar lugar no banco como qualquer outro irmão da comunidade. Mas fora da igreja (parece uma tendência mais forte do que nós), continuamos fazendo distinções, mostrando nossas preferências, exatamente como os pagãos o fazem.
Devemos concluir que somos hipócritas? Certamente que não! Somos somente fracos e pecadores. As nossas assembléias reunidas no dia do Senhor não manifestam exatamente o que já somos, mas aquilo que deveríamos ser, e lembram-nos como deve ser o mundo novo que devemos construir, no qual também aos últimos seja proporcionada a possibilidade de encontrar compreensão, amor, estima.