Assim João Paulo II reagiu aos atentados terroristas de 11 de setembro
Há 23 anos, em 11 de setembro de 2001, o então diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, deu a são João Paulo II a notícia de que um grupo de terroristas muçulmanos havia lançado dois aviões contra o World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos.
(Imagem em destaque: Avião atinge as Torres Gêmeas – São João Paulo II / Wikipédia Robert (CC BY-SA 2.0) – Domínio Público)
Em uma entrevista concedida ao jornal ‘Vatican Insider’ em 2011, Navarro-Valls expressou que, quando telefonou ao papa, ele estava em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífice.
Quando recebeu a notícia, o papa peregrino “ficou profundamente abalado, entristecido. Recordo que se perguntava como um ataque tão malvado pôde acontecer. Sua consternação diante das imagens ia além da dor”.
“Ficou durante um momento em frente à televisão. Depois, retirou-se à capela, que estava a alguns passos do quarto onde estava a televisão, e ficou ali rezando por muito tempo”, contou.
Navarro-Valls comentou que são João Paulo II quis se comunicar com George Bush, o então presidente dos Estados Unidos, para lhe expressar “seu apoio, sua dor, suas orações. Mas, por razões de segurança, estava voando no avião presidencial. Então, o papa decidiu enviar um telegrama imediatamente”.
No dia seguinte, na audiência geral de 12 de setembro, o papa disse: “Diante de acontecimentos de um horror tão inqualificável, não podemos deixar de ficar profundamente inquietos. Uno-me a quantos nestas horas expressaram a sua condenação indignada, afirmando de novo com vigor que os caminhos da violência nunca conduzem para as verdadeiras soluções dos problemas da humanidade”.
“Ontem foi um dia obscuro na história da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem. Logo que tomei conhecimento da notícia, acompanhei com intensa preocupação o desenvolvimento da situação, elevando ao Senhor a minha premente oração. Como podem ocorrer episódios de crueldade tão selvagem?”, perguntou-se.
Nesse sentido, disse que “o coração do homem é um abismo de que, às vezes, emergem desígnios de ferocidade inaudita, capazes de abalar de repente a vida serena e operosa de um povo. Todavia, nestes momentos em que todo o comentário parece ser inoportuno, a fé vem ao nosso encontro”.
“A palavra de Cristo é a única que pode dar uma resposta às interrogações que se agitam na nossa alma. Mesmo quando a força das trevas parece prevalecer, o crente sabe que o mal e a morte não são a última palavra. A esperança cristã fundamenta-se nisto; e é aí que se alimenta, neste momento, a nossa confiança orante”, disse São João Paulo II.
Naquele dia, o pontífice também expressou sua proximidade aos familiares das vítimas e indicou que ofereceu a Missa que celebrou naquela manhã pela alma de todos os que faleceram na tragédia.
(Fonte: https://www.acidigital.com/)