6º Domingo do Tempo Comum
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Leituras iniciais do Sexto Domingo do Tempo Comum

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Levítico 13,1-2.44-46)
Em todos os povos, os leprosos foram sempre considerados impuros e eram afastados da comunidade por medo de que pudessem contaminá-la. A repugnância provocada por essas pessoas sempre foi muito marcante a tal ponto que, em algumas tribos, quando morria algum leproso, ele não era sepultado ao lado dos outros mortos, mas sim, colocado em lugar separado. Os leprosos eram rejeitados por todos, ninguém os tolerava perto de si – nem vivos nem mortos.
A leitura nos explica como se comportavam os israelitas com esses doentes. Era função dos sacerdotes confirmar quem estivesse atacado pela lepra e tomar a decisão de afastá-lo da comunidade (vers.1-2). Quem apresentasse sintomas suspeitos era obrigado a viver em grutas, nos bosques, cobrindo-se de roupas esfarrapadas; não podia pentear-se, para poder ser identificado mesmo à distância. Se por acaso cruzasse com alguém, devia gritar: “Sou impuro! Sou impuro!” (vers.45-46).
Essas normas podem parecer precauções de caráter higiênico, para evitar contaminação de outras pessoas. A marginalização à qual eram submetidos esses doentes, porém, era determinada por outro motivo muito mais importante: os leprosos eram considerados como amaldiçoados por Deus porque eram tidos como culpados por graves pecados.
O povo egípcio, que tantas perversidades tinha praticado contra Israel, não fora por acaso golpeado “com tumores que se arrebentavam em úlceras”? (Ex.9,9). E o Senhor não tinha ameaçado aqueles que não cumprissem fielmente a sua lei “com úlceras do Egito, com hemorroidas, com sarna e com doenças incuráveis”? (Deuteronômio 28,28).
No corpo do leproso, as úlceras representavam o ferrete vergonhoso do próprio pecado e o sinal de que deviam ser rejeitados e marginalizados. . . em nome de Deus.

2ª Leitura (1Coríntios 10,31-11,1)
Os versículos contidos nesta leitura constituem a conclusão de um longo discurso de Paulo sobre o problema dos sacrifícios que os pagãos oferecem aos próprios ídolos. Os cristãos não sabiam o que fazer: podiam comprar qualquer tipo de carne disponível no mercado ou deviam antes verificar se a sua procedência é dos templos dos deuses? O argumento dos cristãos de Corinto é simples: se os ídolos não existem, não há motivo para deixar de comer os restos dos sacrifícios oferecidos em sua honra. Paulo concorda com essa opinião, entretanto afirma que é preciso ter em mente outro aspecto do problema.
O cristão não deve fazer tudo aquilo a que tem direito, porque o amor fraterno pode obrigá-lo a algumas renúncias. Em concreto: se determinados modos de agir prejudicam um irmão, eles devem ser evitados.