Geração Prateada!
por Lázaro José Piunti
Com os meus cabelos brancos, aos 74 anos, pertenço à Geração Prata. Agradeço a Deus por ter permitido chegar até este marco da existência. Não é pouco! Contemplando o passado vejo com ternura o perambular alegre das crianças. Elas são a Geração Diamante. Pedras preciosas a serem lapidadas ao sabor do tempo. Quanta responsabilidade cabe aos pais, pioneiros da educação. E quão importante a tarefa dos mestres, os gestores da instrução formal.
Já fui contemporâneo da Geração Ouro, aquela fase rutilante banhada de sol. Deliciosos anos dourados da juventude, polvilhada de ardor e aquecida pelo amor! A vida adulta e produtiva, febricitante, repleta de sonhos, época da procriação.
O plantio da semente! O assistir da germinação e a colheita frutuosa do produto-família!
Eis que, num ápice, o ser humano atinge a idade do outono. Saiba vivenciá-la com sapiência. Sem ressentimentos. Sem recalques. Sem dissabores ou inúteis protestos. O que foi feito, está feito e não será desfeito!
Cada qual construiu a sua história. O melhor é recolher os pedaços do ontem. Relíquias positivas e bagaços de equívocos. E marchar confiante para a jornada invernal. A derradeira!
Feliz quem foi Diamante e foi Ouro – e viveu Prata. Cumpriu todas as fases. Antes da partida mire-se na Lua. Enamore-se do seu brilho. Ela é a amiga e companheira no recôndito da via láctea. Ela é prateada. Como os meus cabelos. E sua força é tamanha que o simples aceno faz mais forte o marulho das ondas no mar! E mesmo o astro-rei se curva, no crepúsculo, lhe dando passagem. No cair da noite!
Sinta-se preparado! Será mera transmutação, simples transumância!
A vida seguirá! Por entre novas galáxias!
Na imensidão incomparável do Universo!