16º Domingo do Tempo Comum
Diácono Edson Moura
Capelania Militar – Igreja São Luís Gonzaga – Quartel de Itu
“A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno.”
Evangelho (Mt 13,24-43)
Amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, no domingo passado refletimos sobre a primeira parábola contada por Nosso Senhor, e questionamo-nos durante a semana qual o terreno de nosso coração, pois sabemos que o problema não está na semente, ela é a Palavra de Deus e muito menos no semeador que é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus encarnado no meio de nós.
Neste domingo entramos em mais uma parábola, ou melhor mais três parábolas que explica o ensinamento de Jesus, as três se completam.
Antes de entrarmos nessa reflexão devemos entender que São Mateus escreve aos judeus que convertidos e um tanto desanimados com o Reino instalado por Nosso Senhor, pois na visão judaica, com a vinda do Messias o mal deixaria de existir na terra, seriam queimados como a palha e que o Reino somente do bem permaneceria, e não foi isso que aconteceu.
Na parábola do trigo e do joio vemos claramente a paciência de Deus (patrão), que permite que o bem (trigo) e o mal (joio) cresçam juntos, e que no tempo certo serão colhidos e terão os destinos selados. Os discípulos, certa vez, não foram bem recebidos na Samaria e pediram licença a Jesus para pedir fogo do céu contra os malvados (Lc 9,54); os judeus esperavam um Messias enérgico, nacionalista que resolvesse todos os problemas com os maldosos. Sabemos porém, que Jesus não compactua com os pensamentos e atitudes humanas, haja vista sempre ter preferência pelos pobres e pecadores que escutavam sua mensagem com o coração aberto, portanto se convertiam, e aceitavam a proposta do Reino de Deus, e o que parecia joio na verdade era trigo. O joio e o trigo são semelhantes quando pequenos, arrancá-los incorreria num risco de levar o trigo junto sabemos que Nosso Senhor morreu por todos e quer salvar a todos, portanto não somos juízes e sim colaboradores nessa missão da Igreja de salvar a todos, ainda que o mundo dê sinais claros de que o mal triunfa sobre o bem, tenhamos a certeza de que a palavra final é sempre de Deus, e Ele não engana e nem se deixa enganar.
Não podemos ter então o comportamento dos servos que já queriam arrancar o joio, nós também por vezes somos tentados a afastar de nós e da comunidade, aqueles que “achamos” ser joio, isso combina muito com algum terreno (coração) do Evangelho do domingo passado, mas não combina com o pensamento do Senhor que nos ensina a ser contra o pecado e não contra o pecador.
Ao analisarmos o mundo de hoje vemos muita maldade e também muitos maldosos que com suas obras dão contra testemunho do ensinamento de Deus e da Igreja, inclusive dentro da Igreja, porém se pensarmos na misericórdia de Deus compreendemos que o Reino de Deus esta acontecendo e que no seu tempo se concretizará, a exemplo da semente de mostarda, minúscula que quase não se vê a olho nu, mas quando brota e cresce fica tão grande ao ponto de os pássaros abrigarem-se em seus galhos, ou seja o Reino de Deus é grandioso e perceptível somente com os olhos da fé, mas ele se concretizará, pois Deus age no meio de nós como o fermento colocado na massa de pão que só cresce por conta dele, e que muitas vezes não vemos, mas se tivermos uma fé genuína sabemos que o bem sempre vence o mal, pois o mal que é o pecado já foi vencido por Jesus Cristo na cruz.
É verdade que existe joio no mundo e sempre existirá, mas Deus nos dá força e meios através da Igreja e dos sacramentos para identifica-los, Deus quem se encarregará de separar o trigo do joio.
Deus nos abençoe.