Jeitos de ser
Se bem me lembro, os temas para as crônicas, outrora semanais, apresentavam-se a miúda e de pronto.
Fácil de se explicar.
Na imprensa diária e, em boa parte, também na semanal, as abordagens se faziam oportunas, bem mais digeridas, porque recentes e , de modo geral, focalizavam o momento vivido: o fato ocorreu ontem.
Perceba-se que essa evidência se plenifica principal e exatamente aos jornalistas afeitos ao dia a dia e de pronto. Meta seguida na verdade pelos cronistas, em especial.
Afora esse cuidado, os fatos se multiplicam ao longo de um mês. Essa a realidade, tanto que se as cometam mais a tempo e hora, as matérias ainda estão em seu auge, no tocante à repercussão imediata.
Mas se apresentarem bem mais tarde, redundam nos também considerados artigos atentados e aprofundados no seu conteúdo, setor este também coberto pelos jornalistas em geral.
No caso dos cronistas, assim caracterizados, outro será seu feitio.
Sinta-se desde logo que, nem de longe, visa o presente enfoque, absolutamente, diminuir um e outro caso.
Tanto bem se inteira o leitor do fato de uma leitura sã, numa e noutro caso hipótese.
Um exemplo, creiam, colhido de mim próprio, na época não mais que um menino, mas na expectativa da edição da considerada revista “O Cruzeiro”, na época a líder de seu gênero.
Falo da sua coluna – Última Pagina– (última e preciosa, defendida pela escritora ímpar, Rachel de Queiroz). Esta, aliás, perfeita tanto como cronista ou autora consagrada de livros de saber eternizados. Sim, escritora e cronista a um só tempo.
Andava eu, morador no “sobradão” (demolido absurdamente entre os anos quarenta e oito a cinquenta). A revista, eu lia, na residência do cartorário senhor Lavito, morador vizinho da casa do saudoso professor João dos Santos Bispo.
Em suma, aqui hoje, não mais do que a intenção de caracterizar estilos diferentes de expressão, um e outro, porém, firmemente acostados na sua respectiva qualificação, unificados uns e outros no fato de como deixar refluir suas considerações. Jeitos de ser.
Reicordas à via-mor, aquela incutida em mim por papai, Luiz de Campos Filho, editor de escola aos tempos de Capivari, na dupla função de gráfico e cronista, nele expressamente caracterizados.