Organismos do povo de Deus falam da experiência de sinodalidade vivida nas assembleias com os bispos do Brasil
A sinodalidade não é uma novidade na Igreja do Brasil. Ela se expressa, também, nas assembleias gerais do episcopado onde se fazem presentes os organismos do Povo de Deus. Na 60ª edição da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), os representantes dos Organismos do Povo de Deus destacaram que a Igreja no Brasil já vive a experiência da sinodalidade, mas apontam o desafio de “alargar” ainda mais a tenda para uma caminhada em conjunto.
Nesta direção, a presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB), Moema Rodrigues Muricy, presente na 60ª AG CNBB (no centro na fotografia), afirmou que não existe Igreja sem comunhão e sem sinodalidade.
Se trata de “fortalecer e ampliar a experiência que já existe”, apontou o padre André Luiz do Vale (à direita na foto), presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP). Padre André insiste na importância de cuidar para que o pedido do Papa Francisco se torne realidade.
“Avançar no processo de escuta, de fala, de união e especialmente criar essa comunhão entre todos”, é o percurso apontado pelo diácono José Oliveira Cavalcante (à esquerda na foto), presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND).
Sinodalidade: belo projeto do Evangelho
A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a irmã Elaine Cordeiro de Souza (a segunda da esquerda para direita na foto), afirmou que a sinodalidade que “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”. A presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira (a segunda da direita para esquerda na foto), também apontou que a sinodalidade já é uma realidade na Igreja no Brasil, apontando as assembleias da CNBB como um exemplo, espaço no qual os organismos podem participar com direito a voz. Por outro lado, a presidente do CNLB enxerga a necessidade de alargar a tenda da participação.
Os institutos seculares do Brasil mostram sua adesão, comunhão, participação e agradecimento à Presidência da CNBB, pedindo a continuidade do caminho comum que vem sendo trilhado em favor de uma sociedade mais justa e mais fraterna. O representante dos diáconos ressaltaram sua a necessidade de estarem sintonizados com tudo aquilo que acontece na própria CNBB. A sinodalidade, segundo o diácono José Oliveira, “é algo necessário para que as coisas da Igreja, ou de modo geral do mundo, consigam chegar a um ponto que seja bom para todos e que fortaleça a própria Igreja e nos conduza ao Reino de Deus”.
Falar de sinodalidade é falar de comunhão, de participação, afirma a irmã Elaine. A religiosa insiste em que “todos os organismos queremos ser o sinal visível do rosto da Igreja que Jesus quer”. Para isso se faz necessária “uma abertura maior”, pede Sônia Gomes de Oliveira, que ressalta que “o laicato está na base, ele consegue trabalhar, ele consegue fazer um papel organizativo nas paróquias, nas dioceses, mas quando chega no grande espaço de decisão, nós ainda não temos esse poder de decisão”.
Os presbíteros do Brasil, na voz de seu presidente, dizem que vão “fortalecer ainda mais essa realidade, seja caminhar junto com o povo de Deus, com os nossos bispos”. Também consideram importante que haja mais escuta “tanto pelos bispos quanto também pelo povo de Deus”.
O caminho da sinodalidade precisa ser fortalecido na Igreja, de acordo com a presidente da CNBB, em vista da construção da comunhão a partir da diversidade. “A eclesialidade precisa ser edificada a partir da universalidade da Igreja”, defendeu. Uma sinodalidade que “vivemos com muita aproximação, tentativa de comunhão, abertura e acreditando que o Espírito, a Divina Ruah, vai fazer a obra boa dela para bem dos pobres, para bem da Igreja”, ressalta a religiosa.
Sônia Gomes de Oliveira afirmou que o CNLB espera da Igreja, e da CNBB enquanto instituição, um maior fortalecimento do protagonismo dos leigos. Um sujeito eclesial que, em sua avaliação, está maduro, está nas comunidades e tem conseguido fazer coisas bonitas e, principalmente, está dando testemunho efetivo de Jesus Cristo na evangelização na Igreja no Brasil.