Contar histórias aproxima as pessoas e alimenta a vida
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As histórias acompanham a existência do ser humano desde sempre. Somos contadores e “ouvidores” de histórias e precisamos delas para viver. Saber ouvir e contar histórias é uma arte que pode ser aprendida e aprimorada, mas que, sobretudo, precisa ser incentivada e preservada. Em casa, a contação de histórias pode ajudar a estreitar ainda mais os vínculos familiares, além de ajudar no desenvolvimento das crianças e – porque não? – dos jovens, adultos e idosos também!
Em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, o Papa Francisco nos lembra da importância das histórias para nossas vidas. “O homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso.”
Para contadora de histórias Ilana Pogrebinschi, ouvir e contar histórias pode resgatar o que há de mais verdadeiro em nós. “O que é eterno e infinito e que está para além da raça, religião, sexo, idade, nacionalidade. O legado que os ancestrais nos deixaram pode nos reconectar com a beleza da criação.” A professora e pesquisadora de tradições orais Regina Machado, reforça essa ideia: “Quando você escuta uma história boa, uma história das profundezas da alma do ser humano, você é levado às suas próprias profundezas, a passear por suas próprias paisagens internas de conhecimento, como se você pudesse entrar em contato com aquilo que faz sentido na sua própria vida.”
Se a leitura para os pequenos já traz uma série de benefícios, contar as histórias pode ser ainda melhor! O “contador” coloca toda sua interpretação e criatividade para envolver os ouvintes, prender sua atenção e conseguir fazê-los mergulhar na história. “Quando você conta uma história, leva a criança para outro universo, que ela constrói se colocando naquele lugar. A narrativa dá ensinamentos práticos, desconstruindo estereótipos e reconstruindo identidade. Uma história tem um poder transformador tão grande que é capaz de acompanhar a criança pelo resto da vida” – explica a educadora Elis Neves.
A contadora de histórias Ilana Pogrebinschi nos chama a atenção para a importância de contar histórias nos dias de hoje, marcados pela forte presença da tecnologia e pela correria das grandes cidades. “Estamos nos distanciando do encontro. Do encontro com o outro e com a gente mesmo. E a contação de histórias resgata o olho no olho, o coração com o coração. Ela nos lembra que não estamos sós, que fazemos parte, junto aos outros reinos da natureza, de uma rede planetária! E esta consciência nos traz paz, alegria, harmonia. E será que não é isso que sempre buscamos?”
Para contar bem uma história, o contador precisa ter alguns cuidados para que a narrativa realmente cative seus ouvintes (veja matéria abaixo). Mas, acima de tudo, é preciso mergulhar na história e no prazer de conta-la. Afinal, é o brilho nos olhos do contador que vai fazer os ouvintes o acompanharem nessa aventura.

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