Pró-pároco por duas vezes
O terceiro pároco substituto do padre Braz Luís de Pina já era coadjutor e serviu em seu lugar por duas vezes: entre janeiro e julho de 1840 e entre fevereiro de 1853 e novembro de 1855. Chamava-se padre Manoel Ferraz de Camargo.
Esse pró-pároco nasceu em Itu em 1786, mas não se sabe quem eram seus pais. O menino foi exposto à porta do sargento mor Antonio Ferraz Pacheco que, com a esposa, o educou. Depois de viúvo, este proprietário de terras tornou-se padre, elogiado pelas virtudes. Foi ele quem doou terras ao padre Jesuíno, de cujo recurso este ergueu a igreja Nossa Senhora do Patrocínio.
O menino criado pelo sargento padre Antonio foi tido como homem piedoso e modesto. Mesmo assim era influente intelectual. Foi vereador. Participou da comissão de avaliação, nomeada pela Câmara de Itu, acerca do projeto de Constituição, em 1823, da qual também eram partícipes os padres Diogo Antonio Feijó e João Paulo Xavier.
Já fora pároco em Capivari, entre 1829 e 1836 e depois nomeado para Itu a fim de servir como coadjutor e professor de primeiras letras.
Em seu segundo paroquiato é que se deu o benzimento da capela da Santa Casa de Misericórdia, em 18 de setembro de 1853, pelo Frei Bartolomeu Marques. A imagem do padroeiro, São João de Deus, vinda da Itália, foi recebida com toda a pompa, inclusive o canto do Te Deum. Por esse tempo Itu era câmara eclesiástica, tendo sob sua jurisdição as paróquias de Cabreúva, Capivari, Indaiatuba, Porto Feliz, Pirapora, Sorocaba, Piedade, Araçariguama e Santa Bárbara.
Ainda nesse paroquiato, em fevereiro de 1855, se deu a morte do padre Manoel Joaquim da Silveira, figura de sacerdote escrupuloso, cujo féretro foi acompanhado por muitos que disseram ter-se iluminado a sua sepultura quando baixou o corpo. Mos majorum!!
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”