Uma era de ouro para a matriz
O padre José do Rego Castanho assumiu a paróquia a 6 de fevereiro de 1793. Era ituano, filho de Felipe do Rego Castanho e D. Antonia Paes de Queiroz.
Fez parte do grupo de sacerdotes que zelou pelo bem espiritual da cidade em uma igreja nova, grande, cheia de altares, nos quais se celebrava a missa para as irmandades, diante da imagem de seu santo protetor.
As irmandades eram compostas por homens e mulheres divididos pelas posses e pela liberdade. Enquanto a de Nossa Senhora dos Homens Pretos abrigava escravos e negros livres, lutando com dificuldade para bem realizar as celebrações, a dos Homens Brancos era rica, dominando o panorama religioso; possuía alfaias, castiçais, vasos sagrados artísticos e, durante o mês de outubro, decidia todos os detalhes da celebração da padroeira.
O padre Rego Castanho reorganizou a mais importante das irmandades locais, que andava pouco participativa, a do Santíssimo Sacramento, responsável pelas celebrações da Semana Santa. Era ela quem contratava músicos e cantores para ofícios e procissões, os sineiros, os armadores para ornamentação de altares arrecadando recurso de seus pares, fazendeiros. O principal compositor desse tempo foi o padre Jesuíno do Monte Carmelo que brilhou no coro da matriz nova, tocando órgão, cantando a sua música própria que a irmandade contratou. Não havia isso na maioria das vilas.
Dentre os abastados da terra estava o padre Antonio Pacheco da Silva, que não foi pároco. Homem de ação, tomou iniciativas importantes como o desenvolvimento de um sistema de abastecimento de água para Itu. Em 1806 concluiu a construção da Capela de Nosso Senhor no Horto, para cuidado dos hansenianos. Junto dela uma espécie de hospital-recolhimento.
A 30 de dezembro de 1811 faleceu o pároco, enterrado com exéquias solenes, à altura do fausto que se vivia em Itu.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”