Um vigário encomendado
O mal insidioso que tirou da paróquia o Padre Manoel da Costa Andrade durou longos seis anos. Em seu lugar esteve um coadjutor nomeado vigário encomendado, o Padre José Pires Monteiro.
Nascido em Santana de Parnaíba, era filho de Francisco Pires Ribeiro e Maria de Arruda e Sá. Enquanto sua mãe nasceu em Alagoas, o pai era paulistano e atuou como sertanista por longos anos. Chegou a acompanhar um tio, Fernão Dias Paes na descoberta de minas de prata. Para seu serviço lograva enorme quantidade de indígenas. No torna viagem da excursão fixou-se em Parnaíba e ali se casou em 1681. Dos cinco filhos que teve com Maria de Arruda e Sá, o primeiro estudou para o sacerdócio, tornando-se o coadjutor na Paróquia de Itu.
Padre José Pires Monteiro esteve como pró-pároco de dezembro de 1736 a maio de 1742, quando reassumiu o pároco colado Padre Manoel em seus últimos meses de vida. Assinou diversos livros de termos de batizados, casamentos e óbitos, o que era próprio de seu ofício.
O pároco encomendado também incentivou o nascimento da primeira escola em Itu. Deu-se que os frades do Convento de São Luís de Tolosa, alguns portugueses, outros do Rio de Janeiro, abriram um educandário no edifício que ficava ao lado do convento, na esquina, onde hoje se encontra o prédio do Poupatempo. Era exclusiva para meninos, formação de primeiras letras à moda daquele tempo. Mais tarde veio um curso de Filosofia.
Escola é sinônimo de progresso material. Se por um lado os frades aumentaram a comunidade, com irmãos bem formados, à altura do magistério, os habitantes da vila já eram capazes de sustentar a educação dos filhos.
As duas comunidades religiosas, franciscana e carmelita, também colaboravam no atendimento espiritual, deixando o pároco livre para visitar as inúmeras capelas de sua circunscrição.
Luís Roberto de Francisco – Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”