Franco Montoro no Céu!

por Lázaro José Piunti
André Franco Montoro morreu e fiel às suas convicções cristãs, se apresentou a São Pedro. O Pescador da Galileia, no exercício da chefia do Gabinete Divino, confere o seu cadastro, analisa o currículo e respeitosamente anuncia a eleição de Montoro para o Reino da Glória. Despe-se do seu traje de trabalho e envergando riquíssima túnica utilizada apenas em eventos especiais, convida o recém-chegado a acompanha-lo. Obsequiosamente aponta uma lindíssima e majestosa mansão, recamada de nuvens azuis e raios dourados. A nave imensa tem a abóboda emoldurada por resplendentes matizes. Um coral de querubins e uma orquestra seráfica, entoando vozes melodiosas e acordes repletos de harmonia, povoam o ambiente no instante em que o eleito é empossado. “Benvindo à sua morada eterna” – exclama Pedro solenemente!
Volta ao seu posto e se depara com o papa – vindo a pouco do Vaticano, onde ficara vago o trono naquela manhã. Pedro analisa o cadastro papal e convoca dois anjos suplentes para conduzirem sua Santidade ao seu lar eterno. Surpreso, o sumo pontífice estranha a notória diferença do padrão de moradias, comparando a mansão oferecida a Montoro e a casa estilo CDHU destinada a ele.
Calmamente o zeloso Chefe de Gabinete Celestial explica:
“Não há equívoco algum, Santidade; temos muitos papas aqui, mas políticos brasileiros é uma raridade no céu”.