Catequese 03 – Nazaré: tornar o amor normal
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A humildade de Nazaré

Observando a família de Jesus, Maria e José, cada família pode redescobrir o seu chamado, pode começar a entender-se um pouco mais, orientar-se no caminho da vida e sentir-se atraída pela alegria do Evangelho.
É importante não esquecermos que o Filho de Deus feito homem viveu por muitos anos no seio de uma família humana normal e humilde. Pois é justamente nas realidades humildes e normais que o Senhor deseja entrar e habitar.

Hoje, na nossa humilde e normal existência, sob o modelo da pequena Nazaré, composta por “uma oficina, quatro casas, uma aldeia insignificante” (Papa Francisco, 2015), pode tornar-se o lugar eleito por Deus como morada do Seu filho Jesus. Ninguém deve sentir-se excluído desse grande e surpreendente dom!

Jesus nasceu numa família. “O caminho de Jesus era no seio daquela família. […] Cada família cristã — como Maria e José — pode primeiro acolher Jesus, ouvi-lo, falar com Ele, conservá-lo, protegê-lo e crescer com Ele, e assim melhorar o mundo. […] Quando uma família preserva este mistério, até na periferia do mundo, entra em ação o mistério do Filho de Deus, o mistério de Jesus que vem salvar-nos”. (Papa Francisco, 2014)

Para relembrar a relação familiar em Nazaré, ler a passagem sobre Jesus, aos doze anos, no Templo (Lc 2, 39-52).
Em Nazaré, “não se fala de milagres ou curas, de pregações — [Jesus] não fez nenhuma nessa época — de multidões que acorrem; em Nazaré, tudo parece acontecer ‘normalmente’, segundo os costumes de uma família israelita piedosa e diligente: […] a mãe cozinhava, ocupava-se dos afazeres de casa […]. O pai, carpinteiro, labutava, ensinava o filho a trabalhar”. (Papa Francisco, 2014)

Tornar o amor normal

O tempo que Jesus viveu em Nazaré, no seio da Sagrada Família, ilumina de um modo novo a vida de cada uma das nossas famílias: o ritmo quotidiano da vida, aparentemente insignificante e sem sentido, pode-se traduzir numa nova forma de realizar a chamada específica da família: tornar o amor normal. Já pensamos nisso?
Tudo o que vivemos todos os dias em casa, no trabalho, na escola, mesmo sem uma ligação direta com a missão de transmitir a fé, é na verdade um caminho para “fazer com que o amor se torne normal, e não o ódio, fazer com que a entreajuda se torne comum, não a indiferença ou a inimizade” (Papa Francisco, 2014). Como aconteceu naqueles trinta anos em Nazaré, assim pode acontecer também com as nossas famílias e no nosso meio.

Dar lugar a Jesus

Para realizarmos o nosso chamado e tornarmos normal o amor, só podemos dar lugar a Jesus. “Trata-se de aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros, na sua voz, nas suas reivindicações” (Evangelii Gaudium, 91).

Os nossos relacionamentos são sempre ocasiões propícias e favoráveis para viver a nossa relação com Cristo; eles representam para nós a possibilidade de encontrarmos o rosto de Cristo, a sua voz, as suas reivindicações.

Fazendo com que o amor se torne normal, cada família pode oferecer ao mundo uma contribuição insubstituível, para que se cresça no verdadeiro amor e na solidariedade autêntica.

Nenhuma outra escola pode ensinar o amor autêntico, genuíno, alcançável e convincente como uma família.

Sugestões de reflexão em casal/família

• Como podemos “tornar o amor normal” na nossa família?

• Como podemos “dar espaço a Jesus” na nossa família?

Sugestões de reflexão dentro da comunidade

• “Cada família pode oferecer ao mundo uma contribuição insubstituível”: difundir ao seu redor o “perfume” do amor de Jesus.

• A família é, pois, um “sujeito” fundamental dentro da nossa comunidade. Como podemos valorizar a presença de cada família?

Vídeo 3: “Compartilhar a vida”

O vídeo conta como uma experiência original de vida comunitária entre diferentes famílias ganhou vida.

Para aprofundar

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html

https://vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2014/documents/papa-francesco_20141217_udienza-generale.html

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2015/documents/papa-francesco_20150909_udienza-generale.html