16º Domingo do Tempo Comum

Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Leituras iniciais do 16º Domingo do Tempo Comum
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia
1ª Leitura (Gênesis 18,1-10a)
Somos gentis com pessoas importantes? Nós as tratamos com mil cortesias porque pensamos que um dia poderemos necessitar do seu apoio? Essa hospitalidade, baseada no cálculo das vantagens que se pode obter, é por acaso autêntica?
A característica da verdadeira hospitalidade é o desinteresse, e no povo de Israel, dois personagens são apresentados como modelos: Jó e Abraão. De Jó se diz que mandou construir uma casa com quatro portas, de modo que os pobres não teriam qualquer dificuldade de encontrar a entrada. Abraão é considerado não só como o pai da fé, mas também é lembrado como exemplo de solícita hospitalidade, justamente por causa do episódio narrado na leitura de hoje.
Leiamos mais uma vez, tranquilamente toda a narrativa. É fácil observar que no começo Abraão está comodamente sentado e os hóspedes estão de pé; no fim as posições estão invertidas. Teremos também observado que, logo após a chegada dos hóspedes, todos se agitam: Abraão só para depois que tudo está pronto, mas continua de pé, ao lado dos hóspedes, prestando atenção a qualquer sinal, procurando adivinhar qualquer solicitação deles.
Deus ficou muito satisfeito com a hospitalidade de Abraão e, para mostrar quando lhe foi agradável, concedeu-lhe o maior favor que ele poderia desejar: deu-lhe um filho. Quem deu e quem recebeu mais? Estamos conscientes que, sob as aparências do pobre, é o próprio Deus que pede hospitalidade, como um dia fez com Abraão junto ao carvalho de Mambré? (existe até hoje em Hebron, na Cisjordânia).
Obs. para maior compreensão deste texto, ler também Mateus 25,31-46.
2ª Leitura (Colossenses 1,24-28)
Quando Paulo escreve esta carta, encontra-se na prisão em Roma e já está velho. Poucos trabalharam tanto como ele. No trecho de hoje ele diz que, não obstante todos os sofrimentos pelos quais passou, sente-se imensamente feliz porque sabe ter dedicado a sua vida à causa do Evangelho. Por meio dele, Cristo continuou a sua obra: tornou-se presente no meio dos homens e lhes ofereceu o seu amor (vers.24). Estando na prisão, Paulo está também condenado à inatividade, mas fazendo uma revisão da própria vida, constata que fez um bom uso dela: anunciou aos pagãos o mistério escondido às gerações passadas desde a origem, mas que agora foi manifestada aos seus santos (vers.25-27). Só lhe falta agora empregar as últimas forças que lhe restam para instruir todos os homens em toda a sabedoria, para tornar todo o homem perfeito em Cristo (vers.28-29).
Em nossos dias – tenham certeza disso – ainda existem apóstolos tão generosos como Paulo. São os que não poupam energias e não desanimam diante de nenhum sacrifício quando se trata de anunciar o Evangelho. A sua memória permanecerá como uma bênção.