O Papa da Paz

Depois do grande Papa Francisco, creio que a maior personalidade do século XXI, capaz de realmente fazer-se de ponte (pontífice), dada sua capacidade de atingir o nosso tempo com a clareza de poucos, chegamos ao pontificado do Papa Leão XIV. Talvez seja ele conhecido, na história, como o Papa da Paz.
Bento XV foi eleito no mesmo ano em que teve início a Primeira Guerra Mundial. O mesmo aconteceu a Pio XII, no maior conflito que a Humanidade conheceu, a Segunda Guerra. Ambos ficaram conhecidos como mediadores e propagadores da paz.
Nem pensar que estejamos começando uma guerra mundial. Mas a mensagem que Leão XIV nos traz, desde o começo, é justamente a da Paz. É verdade que, ao referir-se à Paz, ele não está somente tratando da ausência de guerras; muito mais do que isso, ele se refere à Paz espiritual, à Paz interior que nasce da esperança na ressurreição, em um movimento cotidiano de busca pela justiça, pelo respeito a si e ao outro, pela misericórdia. A Paz é um dom de esperança.
Mas a Paz leva à paz!
Nesse diálogo, o Papa tem demostrado, em suas primeiras exortações, que o nosso tempo precisa construir a paz que só pode vir de um contexto de espiritualidade e reconciliação.
Crítico da política que continua sendo feita entre os poderosos, de interesse econômico e de dominação, ele tem dito constantemente o quanto é preciso voltar-se à oração pela pacificação do mundo. Os últimos conflitos, como os anteriores, não têm lado correto, estão todos errados. Nenhum cristão pode tomar partido nessas disputas sem deixar de ser incoerente. Há alguns dias, um político brasileiro, em pré-campanha eleitoral, cobriu-se com a bandeira de Israel. Os árabes ficaram furiosos, afinal o seu partidarismo é oportunista, falso e inconsequente.
Depois que os Estados Unidos tiveram a coragem de lançar a bomba atômica sobre o Japão, em 1945, matando milhares de cidadãos, o conceito de guerra mudou completamente: não se trata mais da luta entre soldados no fronte: hoje os civis, gente como nós, morrem vítimas dos armamentos de destruição em massa, como temos visto no Oriente Médio. Atingem cidades, hospitais ou matam de fome, como em Gaza.
Cada vez que um vídeo da internet, produzido com fins político-econômicos, chega ao nosso celular e tomamos um partido nesses conflitos, fugimos do ideal da paz pela Paz. Não existe guerra no ideário cristão. Jesus ensinou a oferecer a outra face.
Portanto, Leão XIV, empenhado na construção de um mundo de colaboração e harmonia, é o ponto de unidade do Catolicismo.
Há leigos e membros do clero, nas redes digitais, afirmando que o Papa nem sempre está certo. Cuidado, é gente cheia de soberba, mais papista que o Papa, gente que estudou alguns documentos da Igreja e, com um discurso sedutor, faz-se arauto de uma verdade discutível. Quem constrói dissenções está fora da Igreja!
Rezemos por Leão XIV e pela vitória da Paz, único remédio para a Humanidade adoecida.