2º Domingo do Advento
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do Segundo Domingo do Advento

1ª Leitura (Isaias 40,1-5.9-11)
No começo, a vida do povo de Israel, conduzido como escravo para a Babilônia (atual Iraque) no ano de 587 a.C., tinha sido particularmente difícil, mas com o tempo tinha-se adaptado às novas condições e muitos tinham conseguido até atingir uma excelente condição social.
Depois de aproximadamente quarenta anos, surge entre eles um profeta. É um homem iluminado, um poeta extremamente sensível, um teólogo genial que pensa ter chegado o momento de despertar nos exilados a esperança de que a escravidão esteja chegando ao fim.
O trecho começa com a mensagem de alegria que o Senhor pronuncia pelos lábios do profeta (vers.1-2). Como os ladrões deviam pagar em dobro aquilo que tinham roubado (Êxodo 22,3) o povo de Israel também tinha pago além da medida dos seus erros.
Na segunda parte da leitura ergue-se uma voz misteriosa que grita (vers.3-5). O que significam essas imagens do deserto, dos vales, das montanhas? A voz misteriosa afirma que os exilados voltarão para a própria terra, não seguindo a estrada comum, mas deverão abrir uma estrada nova, larga, plana e confortável.
Hoje também acontece a mesma coisa: quando alguém cai na escravidão do pecado, sente-se no início inquieto e insatisfeito, mas aos poucos acaba por acostumar-se à nova situação. Para essa pessoa, neste tempo do Advento, ressoa a voz do profeta: “O senhor está vindo. . . para libertar-te”.
Na terceira parte (vers.9-11) o profeta exalta aos exilados para a volta a Jerusalém, quem os guia não é um homem, Moisés, como no êxodo do Egito. É o próprio Senhor que os precede, como um pastor que conduz as suas ovelhas (vers.11).

2ª Leitura (II Pedro 3,8-14)
Os primeiros cristãos estavam convencidos de que o Senhor Jesus teria voltado logo a este mundo e pensavam que naquele dia todos os seus discípulos teriam ido ao seu encontro, elevando-se ao céu como em uma grande procissão. Os descrentes, além do mais, se divertiam zombando de suas expectativas (vers.4).
O autor da carta dirige-se aos cristãos das suas comunidades e conclama-os não só a não desanimar diante das zombarias dos inimigos, mas também a reconsiderar a própria maneira de interpretar a fé; eles devem abandonar algumas ideias retrógadas que são exclusivamente fruto da imaginação e da fantasia e que não têm qualquer fundamento no Evangelho.
As exortações contidas nesta leitura valem também para nós. Quando constatamos que depois de dois mil anos da vinda de Cristo, o mundo mudou tão pouco, que os homens continuam odiando-se, promovendo guerras e oprimindo os mais fracos. . . somos tentados a perder a esperança e a pensar que a ideia de ver um mundo de justiça e paz seja uma quimera.
Os cristãos não devem em absoluto ceder a essa tentação, não podem deixar-se levar pelo desânimo, mas devem sempre se esforçar para que possam surgir “novos céus e novas terras” (vers.13).