32º Domingo do Tempo Comum
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
 
Leituras iniciais do XXXII Domingo do Tempo Comum
 
1ª Leitura (Sabedoria 6,12-16)
Quando a Bíblica nos fala de “sabedoria” quer indicar, sobretudo, a arte de viver bem. Ainda que destituído de conhecimentos científicos, um homem que é prudente, que sabe controlar os próprios instintos, que age com ponderação, que tem lealdade no falar e no agir, que é humilde e modesto, é considerado sábio. 
De onde procede para o homem a sabedoria da vida? De Deus. Os judeus imaginavam a sabedoria como uma jovem bonita que brinca e diverte-se diante de Deus. 
Na leitura de hoje faz-se uma descrição dessa jovenzinha. O autor a apresenta com magníficas imagens. . .parece querer que nos apaixonemos: é luminosa e incorruptível, quem a ama não se cansa jamais de admirá-la (vers.2). Em seguida conta o que ela faz: desde o amanhecer esta linda moça vai à procura de um homem sábio para dar-lhe a felicidade com a sua beleza, não fica esperando que ele a procure, é ela mesma que se encontra na porta da sua casa (vers.13-14). Quando descobre alguém que é digno dela, busca-o por toda parte (vers.16). O trecho se encerra dizendo que o homem que a desposar será feliz e não terá preocupações (vers.15). 
Será verdade que aquele homem que se deixa encontrar pela sabedoria de Deus, quem a aceita como guia experimentará uma paz imensa? O Evangelho de hoje responderá.
 
2ª Leitura (I Tessalonicenses 4,13-18)
Em Tessalônica, as ideias sobre o fim iminente do mundo começam a provocar sérios problemas. Dizem: “com a vinda do Senhor, os que ainda estão vivos irão ao seu encontro e entrarão com ele no Reino? Mas o que será daqueles que, na sua vinda, já estiverem mortos?  Estarão perdidos para sempre?”
Na leitura de hoje, Paulo responde a esta segunda questão, lembrando aos tessalonicenses algumas verdades fundamentais para um cristão. Afirma, antes de tudo (vers.13) que, diante da morte, os pagãos e os cristãos se encontram em posições completamente diferentes. Os primeiros são os que não têm esperança, portanto desesperam-se porque para eles tudo acaba com a morte. 
Os cristãos, ao contrário, acreditam na vida eterna, sabem que a vida de Deus, recebida no batismo, não pode ser interrompida pela morte do corpo, por isso eles conservam a serenidade, choram a perda de um amigo, mas não se desesperam como os pagãos.
A segunda verdade à qual Paulo reporta-se é a ressurreição de Cristo (vers.14). Jesus venceu a morte, entrou na vida de Deus e conduzirá com ele todos aqueles que, pelo batismo, estiverem unidos a ele. 
A terceira parte (vers.15-17) é que não haverá alguma diferença entre os que já tenham morrido e os que estiverem ainda vivos na hora da vinda do Senhor: todos serão recolhidos e estarão para sempre com ele. 
Tendo como base estas verdades que constituem o centro da própria fé, os cristãos devem exortar-se reciprocamente, para dar um sentido no momento mais dramático da sua existência: a morte.