Mês da Bíblia: Carta aos Efésios – temas teológicos

Na Carta aos Efésios, texto bíblico escolhido para estudo neste Mês da Bíblia, destacam-se três aspectos teológicos principais. O primeiro é o cristológico, ou seja, o estudo sobre a pessoa de Jesus Cristo, porém não separado de Deus Pai e do Espírito Santo. O autor afirma que Deus, o criador de todas as coisas, e Jesus Cristo reinam sobre a esfera terrestre e celeste. Ele também ressalta o senhorio de Jesus Cristo Ressuscitado, aquele que está sentado à direita de Deus (1,20; 4,8.10).
O segundo tema dessa carta é o eclesiológico (estudo sobre a Igreja ou as comunidades cristãs). O autor apresenta uma Igreja universal. As principais metáforas para falar da Igreja são: construção ou o templo santo (2,20-22); o ser humano novo ou o ser humano perfeito (2,14-16); a esposa de Cristo (5,22-23); a plenitude de Cristo (1,23); e o corpo do qual Cristo é a cabeça (1,22-23; 4,15-16). A Igreja é, portanto, entendida como um ser em Cristo e não como uma entidade institucional. E não pode ser compreendida como a soma de todas as comunidades cristãs locais, mas como um único corpo, que tem como fundamento os apóstolos e os profetas e como pedra angular, Jesus Cristo.
O último tema é o escatológico, que é o estudo teológico do pós-morte (tempo futuro), mas também de ver o definitivo no evento Cristo (messianismo, sua morte e ressurreição). A concepção escatológica de Efésios está intimamente ligada à visão de mundo do autor e à sua cristologia eclesial, por isso a ênfase recai na experiência da plenitude da salvação no presente da Igreja. Cristo ressuscitou e nos fez sentar nos céus (2,5-6) no presente e no futuro somente revelará o que já é uma realidade na vida do(a) batizado(a).
Porém, mesmo vivendo essa experiência de sermos ressuscitados com Cristo, é necessário aos batizados(as) comprometer-se com o Reino e manter-se no seguimento de Jesus, por meio da comunhão (4,1-16), do empenho em viver como pessoas novas (4,17–5,20), com novas relações familiares (5,21–6,9) e com essa luta constante contra o antirreino (6,10-20). Por isso, o autor dedica metade da carta para exortar os cristãos a viverem em paz, na unidade, em comunhão, na vivência do amor fraterno.
(adaptado de texto de Zuleica Aparecida Silvano, do Portal Universo Paulinas)